Roupa do piloto foi confeccionada em São Paulo com tecido da Cedro
O astronauta brasileiro, Marcos César Pontes, está usando em treinamentos e irá usar um macacão 100% nacional na Estação Espacial Internacional (EEI), a 400 km da Terra. A roupa foi confeccionada em São Paulo, pela Flytex, e é feita com tecido da Cedro, indústria têxtil brasileira com mais de 130 anos de constante evolução. O macacão, desenvolvido por Marília Fajardo Oliveira, tem características semelhantes aos modelos usados por pilotos de avião em todo o mundo. "O astronauta também é um piloto. A diferença são as aplicações dos bordados, a cor e o tamanho, feito sob medida", ressaltou. Sua experiência com a confecção de trajes para pilotos e todas as suas ramificações começou a partir de um hobby do marido, Marcelo Silva Oliveira, que é aviador e colecionador de uniformes especiais. Ela conta que os contatos com a Agência Espacial Brasileira (AEB) tiveram início quando um representante da estatal viu um piloto usando um macacão fabricado pela Flytex, num shopping de Brasília, e considerou que o modelo era perfeito para o astronauta. "Eles me pediram para fazer um exemplar idêntico ao dos padrões da NASA e eu fui atrás de um tecido que não amarrotasse e que tivesse a cor e toque similar ao modelo americano", destacou Marília. Ela, que sempre trabalhou com a Cedro, diz que escolheu a empresa pela qualidade do produto, opções de cores, durabilidade dos tecidos e pelo atendimento dos representantes, que deram toda a assistência necessária. "Para o desenvolvimento do macacão do astronauta recebi muitos cortes e fiz vários testes, até que chegamos ao produto final". Para ela, outra vantagem do tecido é que ele é leve, confortável e não apresenta desgaste pela fricção. "Além disso, tem a cor idêntica a do padrão americano e suporta lavagens com maior intensidade", destacou a confeccionista. O Polycotton utilizado, pela sua espessura, também possui proteção UV (Raios Ultra-Violeta), o que é importante porque o piloto fica muito exposto à incidência solar. Para segurança do piloto, a roupa não pode derreter ou soltar fumaça. Há um rigor muito grande por causa das peças metálicas, que podem derreter em temperatura elevada. O traje foi aprovado numa análise rigorosa e passou pelo exigente crivo dos responsáveis pelo Programa Espacial da Rússia. Marcos Pontes partirá no próximo dia 29 de março (23h30) do Brasil e em 30 de março da Rússia, a bordo da nave russa Soyuz, levando experimentos científicos brasileiros para execução de testes em ambiente de microgravidade. A missão na qual o astronauta participará é denominada "Missão Centenário", em referência ao centenário do vôo do 14 Bis, avião de Santos Dumont. Será a primeira vez que um brasileiro viajará ao espaço.
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