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Educação
24/03/2006 - 15h04
Mil maneiras de incentivo à leitura
 
 

Brasil é nação de não-leitores. Essa é a triste manchete da semana passada de uma conceituada revista britânica, The Economist. Muitos são os motivos que colocam o Brasil nessa posição, mas o que merece destaque é a dificuldade de internalizar o hábito de leitura, principalmente em tempos de internet e tv. Este é um dos grandes desafios das escolas de educação básica: transformar a leitura em fonte de prazer. Tarefa árdua, mas cada vez mais intensa em escolas da capital paulista.

A Escola Estilo de Aprender, zona oeste da capital, aposta na parceria com a família. "Por acreditarmos que os pais precisam ler para serem modelos para seus filhos, criamos uma comunicação via e-mail chamada Contato Cultura", conta Marcelo Cunha Bueno, coordenador pedagógico da Estilo. Semanalmente a escola envia diversos poemas, contos, textos pertinentes e artigos às famílias e também pede sugestões de leitura. "Foi muito bem aceito e os pais dão retornos positivos", comemora. Os pais participam também das rodas de leitura, onde contam histórias para a classe e, ao final de cada turno, podem entrar na escola, escolher um livro e ler com seu filho e amiguinhos em qualquer lugar do espaço escolar.

Outra prática utilizada é a formação da Biblioteca Circulante que é composta por livros que as próprias crianças trazem e que cada uma pode levar para casa e ler com a família. Momentos inesquecíveis! Além da circulante, cada classe tem uma mini-biblioteca com títulos criteriosamente escolhidos. A Estilo também procura dar dicas aos pais na composição da biblioteca de casa. "Tomamos cuidado com as indicações, prezando pela qualidade dos livros. Escrevemos aos pais e contamos que devem prestar atenção nesse aspecto. Há muita porcaria por aí", alerta.

Outra coisa que funciona muito, segundo o educador, é a indicação de um amigo. "Todos os grupos têm rodas de história, atividades de escrita de livro e o momento de indicação de livro aos amigos. As crianças devem dizer porque pensaram nos colegas para indicar tal livro. Isso tem um forte apelo que, conseqüentemente, aumenta o incentivo à leitura", acrescenta.

Na Escola Carlitos, em Higienópolis, os alunos participam de um projeto chamado Literatura em Rede que consiste em fazer com que as crianças e jovens estabeleçam conexões com as leituras propostas, para que possam, além de criar uma cultura literária, possam também identificar suas preferências. "Dessa maneira, os alunos constroem suas referências literárias e se apropriam dos conteúdos das obras", conta Manuela de Castro Anabuki, diretora da Carlitos.

O trabalho acontece em duas frentes principais. Em uma delas, a professora de classe estabelece uma rede que se forma a partir de alguns critérios como: autores, gêneros, personagens ou procedimentos de narrativa (comparar um personagem por meio da literatura), um tema, a intertextualidade (levar o aluno a identificar a presença de um outro texto em um texto por citação ou alusão) e estudar as diferentes versões de uma história a partir de uma história de origem. A 3a série, por exemplo, formou a Rede Monteiro Lobato. A professora fez a leitura de Reinações de Narizinho, primeiro livro infantil do autor, em que o público é apresentado aos fantásticos personagens do mundo de Lobato: Narizinho, Pedrinho, Emília, o Visconde de Sabugosa, Rabicó, Dona Benta, Tia Nastácia, Quindim, Burro Falante e outras tantas criaturas mágicas. As categorias escolhidas para a construção dessa rede são Textos Clássicos e Intertextualidade. Ou seja, além de Reinações de Narizinho, na qual o autor cita personagens clássicos, como Peter Pan e Pinóquio, os alunos também lêem e fazem atividades em torno de mais três livros: A Reforma da Natureza (Lobato), Pinóquio e Peter Pan (estes dois últimos, tão clássicos quanto os citados no texto de Lobato).

Paralelamente à rede, os alunos praticam a leitura espontânea, fazendo uso da biblioteca da escola. "A retirada de livros é livre e o objetivo é o entretenimento", conta a diretora. Um aspecto importante ressaltado pela educadora é o aprendizado e a familiarização com o espaço da biblioteca. "Na verdade, aqui não temos apenas uma biblioteca e sim um BCD - biblioteca e centro de documentação - onde o aluno pode encontrar, além dos livros, filmes, vídeos, revistas, jornais e CD-Roms", acrescenta. A Carlitos conta com dois BCDs desenhados para atender à educação infantil e ao ensino fundamental. Na educação infantil os livros são classificados com cores e símbolos. A partir do pré, com cores e números e, a partir da 5a série, só com números.

A Carlitos vai além. Como os alunos ficam na escola em período integral duas vezes por semana, acontece, então, a rotina de BCD. É o momento em que são propostas situações motivadoras como as contações de histórias e as dramatizações, sempre tendo como pano de fundo a literatura e suas grandes obras.

Na Prima Escola Montessori de São Paulo, zona sul, a biblioteca é democrática. "Um dia, um aluno de 5 anos me disse: na biblioteca só tem livro de princesa, ela beija o príncipe no final, ergh!!", conta a diretora pedagógica Edimara Lima. "Percebi que precisava estar sempre atenta aos interesses dos próprios alunos e renovar constantemente. Eles já sabem que eu sou a mulher dos livros". É costume nessa escola a diretoria receber bilhetinhos das crianças com pedidos. "Outro dia recebi um abaixo-assinado ‘reivindicando’ os gibis da Mônica. Estavam apaixonados pelo personagem Chico Bento", relata.

Outra prática que dá bons resultados, conta a educadora, é a leitura de livros por colegas mais velhos, de 8,9 anos. Para os maiores é um treino da leitura em voz alta. Para os menores, um estímulo a mais.

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