Um gosto de amargor toma meu paladar Invadindo o recôncavo de meus sentidos Tolhendo, Em especial, O limiar minha visão, Levando as meninas de meu ver A marejar... De saudades de meu pequeno João Que se proclama Ínho Por ter nascido Johann... Ah! Pequeno infante de meus sonhos Que se fez vida... Infusa... A fundir em uma alegria só... E por sua forma singular, Pelo simples fato de teu existir, Fez-se Esse elo fraterno Por ser paterno Entre nossas vidas... E por isso... Que... Nos momentos que as feras do campo Das vias escusas Da vida que nos desafia Convocam-me para peleja Da sobre-vida Fico com esse sentimento amargo A devorar o meu sorriso Por ter de ficar distante Da doçura do teu sorrir Envolto do néctar de teu falar Espelhado no carinho do teu olhar Que, Mesmo longe, Faz-se habitar em mim, Meu filho, Em tua alegria E o teu existir... Que inunda de sentido O meu caminhar Que em passos tímidos Vai-se a seguir... Desejo por te ver E à saudade suprimir...
Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
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