Minha solidão é nostalgia de existências. Vago entre nãodivíduos. Pudesse a poesia ser uma pedra que atingisse o alheio, tal como uma certeza que me sangrasse o supercílio... Mas dexistências desadensam o mundo. Quanto mais abarco, menos sinto. E mesmo assim, tudo em mim é pesar. Para viver entre humânulos, tentei des-ser. Por leviAnos, coabitei ausências e invejei a leveza dos rarefeitos. Mas toneladas de intangências Me assentam ao chão. O que intuo me lastreia. Por isso, dou consistência ao impalpável. Essas lágrimas, por exemplo, eram sumo de esperança qualquer. Povoei o mundo com meus próprios seres. Criando, eu rexisto. Nota do Editor: Márcio Juliboni é jornalista, cobre Economia e Negócios no portal Exame. Trabalhou no serviço de notícias online, “Panorama Setorial”, do jornal Gazeta Mercantil, na Agência Estado e em várias revistas segmentadas. Iniciou a carreira na grande imprensa em 2000.
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