Malhação do Judas 2006
Luiz Moura |  |
Sábado de Aleluia. A praça Exaltação da Santa Cruz, há muito merecedora das atenções dos governantes de plantão, estava lotada. A turminha, afoita em “malhar o judas”, era de difícil contenção. Os irmãos mais velhos, tios, pais, avós, vizinhos, amigos e as pessoas que foram apreciar a “malhação” entretinham a gurizada enquanto esperavam o término da missa. Maria (mostrando com os dedinhos), que participava de sua primeira “malhação”, estava eufórica. Os componentes do Museu Caiçara e do grupo O Guaruçá, que tiveram o apoio da Fundart (Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba), distribuíam balas para a platéia adoçar a boca enquanto aguardava o início do evento. O Boi-Topéia (mistura de boi com centopéia), onde a criançada era parte integrante do “bicho”, ajudou a entreter os pivetes. Foram escolhidos os jurados. Eram todos crianças. Elegeram o “primo do Bin Laden”, confeccionado por João Teixeira Leite, como o Mister Judas 2006. Este se safou da malhação até 2007, quando será o primeiro a ser malhado. Até lá, ficará exposto no Museu Caiçara. Acabou a missa. A platéia engrossou. O Mister Judas 2005, confeccionado por Adriana Miyazaki de Moura e Iara Ornelas de Souza, foi o primeiro a ser malhado. Os demais foram na seqüência, restando apenas o Mister Judas 2006. A “pega de balas”, ao redor do coreto, foi mais uma das diversões apresentadas pelos organizadores. O número de crianças aumenta a cada ano. Mestre Julinho Mendes começa a dar tratos a bola para que a “malhação” não apresente riscos à criançada. Ano que vem trará novidades, afinal, imprimir dinamismo ao folclore é a sua meta. João Alegre, caiçara ubatubense recentemente falecido, foi homenageado.
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