Conclusões do biólogo Mauro Galeti, publicadas no jornal a Folha de São Paulo edição de 18 de julho de 2004 ao avaliar as conseqüências da introdução na ilha Anchieta de mamíferos que não faziam parte de sua fauna. Embora a vegetação da ilha seja da Mata Atlântica não significa que haja espaço e um ecossistema completo para se implantar qualquer animal sem estudo de manejo ou laudo de impacto ambiental. Existe um desequilíbrio ecológico que compromete varias populações de animais principalmente de pássaros. Arapongas, tucanos, saracuras, pinto do mato e papagaios não são mais vistos na ilha já que seu alimento é consumido pelas capivaras, sagüis e cutias. A flora não está livre já que a capivara tem a bromélia como alimento principal e as cutias tem deixado poucas sementes. O biólogo adverte que a remoção de todas as capivaras e sagüis, parte dos quatis e cutias é medida prioritária para se evitar a degradação total. Definição de Parque Estadual - “Parque Estadual é uma área geograficamente delimitada, dotada de atributos naturais excepcionais, objeto de preservação permanente. Destina-se a fins científicos culturais e recreativos, constituindo-se bem do Estado destinado ao uso do povo. O objetivo principal de um Parque Estadual é a preservação do ecossistema e da diversidade genética”. A direção do Parque da Ilha Anchieta fixa o numero diário de visitantes em 1.100 pessoas, já que a ilha não suportaria os atuais 3.000 (Litoral Virtual, 17/04/06, “Ubatuba Diversifica Passeios”). O excedente de 1.900 visitantes/dia foi direcionado para as ilhas Rapada, Mar Virado, Vitória, Couves, Almada e Prumirim. Como o três primeiro não tem praia sobram três, Prumirim Couves e Almada que não dispõe de nenhuma estrutura. Se a ilha Anchieta com área muito maior (segunda maior ilha do Estado de São Paulo), e possuidora de infra-estrutura não suporta 1.100 pessoas/dia como que as outras três ilhas irão suportar 1.900 pessoas/dia? Certeza que o dano será grande e como de costume ninguém assumirá a responsabilidade, assim como parece que ninguém está preocupado e o que foi feito realmente, usando terminologia futebolística muito em moda, foi chutar a bola pra frente, Concluo que o maior problema não é a visitação e sim a super população desses mamíferos que foram introduzidos na ilha e o que assusta é a degradação que outras ilhas poderão sofrer em curto prazo. Que a direção do Parque crie condições para a visitação das 3.000 pessoas dia, já que por definição esse é um de seus objetivos; que a direção do Parque leia o laudo do biólogo e remova todas capivaras e sagüis assim como parte dos quatis e cutias. Caso isso não aconteça vale mais uma vez Bordieu “Os agentes sociais tem estratégias que só muito raramente estão assentadas em uma verdadeira intenção estratégica”. ET. Não saindo as capivaras do Parque vou aproveitar a buraqueira da cidade pra criar tatu.
|