Nos últimos anos muito têm acontecido na educação do Brasil. Surgiram programas para erradicação da alfabetização, partindo de ONGs e governos. Foram construídos centros de apoio à atividades extras escolares, que atendem em período integral, mas, ainda falta algo de concreto e que comece por um processo de mudança, já que se verificarmos dados, temos entre analfabetos funcionais (que escrevem seus nomes, lêem frases, mas geralmente não conseguem interpretá-las ou redigir um texto) e analfabetos, 75% da população brasileira. Lamentável! Pode-se atribuir esse número à exclusão educacional por falta de escolas, ou escolas super lotadas e em péssimas condições, professores mal formados e, conseqüentemente, despreparados para atuarem. Porém, há uma questão pouco comentada no Brasil, até por que a educação não é o assunto de principal interesse a ser debatido entre nossos governantes e meios de comunicação, os distúrbios de aprendizagem, dentre eles, a dislexia, uma disfunção neurológica que atinge de 10 a 15% da população mundial. Os objetivos, conteúdos, metodologias, organização, funcionamento e avaliação adotados pelas escolas nada têm a ver com os disléxicos. Eles têm como principais dificuldades em sala de aula a linguagem e a escrita, a ortografia, a lentidão na aprendizagem da leitura, a disgrafia (letra feia); em decorar seqüências, como meses do ano, alfabeto e tabuada; troca de letras na escrita e ainda desatenção e dispersão, geralmente não conseguindo copiar trechos de livros e textos de lousas. Estas pessoas não aprendem da maneira convencional acarretando no abandono do ensino formal, pelos fracassos na vida escolar, que culminam em complicações psicológicas. Portanto, os professores e educadores em geral precisam estar sensíveis às demandas sociais, culturais e econômicas, que circundam seus alunos e, principalmente, as comportamentais. Por essa rotina contemporânea, totalmente sem ter horários definidos, mergulhados em compromissos e obrigações, geralmente os professores ficam mais tempo com os alunos do que os próprios pais, ou seja, eles terão a incumbência de estar atento às dificuldades e anseios apresentados por estas crianças. Porém, não é o que acontece na maioria dos casos. Membros da Associação Brasileira de Dislexia - ABD vêm desenvolvendo um trabalho que visa justamente ir de encontro a essa mudança, com leis e diretrizes governamentais, que amplie o amparo aos portadores de distúrbios de aprendizagem e dislexia, muitos destes, hoje desamparados, taxados de maneira errônea pelo pouco conhecimento de professores e educadores, que por falta de investimentos na área, nada podem fazer senão apenas seguir o modelo de ensino vigente da educação brasileira.
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