• Prefeitura se reúne com comunidade do Ubatumirim para discutir iniciativa do Ibama

A Prefeitura de Ubatuba, através da Administração da Regional Norte está convidando a população que reside no sertão do Ubatumirim para uma reunião no próximo dia 18 de maio, às 18 horas, na escola do bairro. O objetivo da reunião é esclarecer a comunidade que não existe nenhuma ação de demolição ou processo de congelamento naquela região. “Está havendo muitos boatos de que haverá demolições de ocupações irregulares no sertão do Ubatumirim, mas estas informações não procedem”, explica o administrador da regional Norte, José Roberto Júnior.

Segundo ele, o sertão do Ubatumirim está dentro do Parque Estadual da Serra do Mar e nesta localidade será estabelecido o Plano de Uso Tradicional, que inclui o plano de manejo. “Nesta região são todos moradores tradicionais, caiçaras e como está dentro do Parque obedece a uma outra legislação”, diz Júnior. Toda a confusão começou a ser gerada quando da última ação de fiscalização do Ibama na região, no mês passado, que fez vários sobrevôos com registros fotográficos.

A ação do Ibama, segundo notícias publicadas na mídia local e regional, teve o objetivo de detectar ocupações irregulares na praia do Ubatumirim, que está sendo alvo de forte especulação imobiliária. Segundo declarações de Leonardo Teixeira, do Ibama, o sobrevôo identificou cerca de 500 ocupações, a maioria construções e loteamentos clandestinos, muitos implantados na margem do rio. Segundo ele, é uma situação que conflita com o estabelecido pela legislação e que está gerando grande degradação ambiental. “A maior parte da praia é ambiente de restinga, com vários biomas. Quase tudo é área de preservação permanente”. Ainda segundo as notícias publicadas, o Ibama irá agora visitar todos estes pontos e autuar os infratores. “A praia do Ubatumirim tem sido o local onde a Polícia Ambiental mais tem realizado autuações e é também lá que está a maior demanda do Ministério Público neste momento”, afirmou Leonardo.

De acordo com o administrador da Regional Norte, José Roberto Júnior, a prefeitura pretende também marcar uma reunião com os proprietários de construções da Praia do Ubatumirim para discutir sobre a iniciativa do Ibama naquela localidade, que irá, além de autuar as construções clandestinas, mapear as áreas de risco e coibir novas ocupações irregulares.

• Crianças do Abrigo/Fundac homenageiam índios com exposição

Dentro de uma sala comum, diversos elementos da natureza compõem um cenário que conta um pouco da cultura indígena. Essa foi a forma que cerca de 25 crianças e adolescentes do Abrigo/Fundac, no Bairro Itaguá, encontraram para homenagear os povos nativos da terra. A exposição, que deveria acontecer apenas durante o dia 27 de abril, ficará no Abrigo até esta sexta-feira, dia 5, devido à beleza e à repercussão que teve na cidade. Depois desse dia, parte dela poderá ser contemplada na Secretaria de Educação.

Com a ajuda do professor de artes, Reginaldo Pereira Muniz, mais conhecido como Régis, os jovens reproduziram uma aldeia em miniatura, utilizando plantas para construir as pequenas ocas em círculo, com uma casa de oração, feita de folhas de coqueiro. Foi criada também uma oca em tamanho natural, feita do caule das folhas de coqueiro. No mais, além do material fotográfico e escrito, foram produzidos cocares de palha e pena, figuras compostas por sementes de cores diversas, conchas, palha, raízes, galhos, material reciclado, frutas, cabaças, enfim, uma infinidade de formas, que encanta os olhos e parece querer trazer a mata para dentro da cidade.

A instalação é resultado de dois meses de pesquisa, debates, leituras e passeios pela natureza ubatubense, culminando com a ida deles à VI Festa Nacional do Índio, que reuniu 16 etnias indígenas em Bertioga no mês passado. A presidente da Fundac, Josiane Brunácio Grunvald, explica que esse trabalho é uma complementação do aprendizado, que ensina aos jovens lições de respeito à diversidade e à natureza, além de promover uma importante inclusão social. "Todos os elementos da natureza aqui expostos são peças que as crianças encontraram caídas no chão. Eles estão aprendendo a utilizar o meio ambiente sem agredir e a respeitar o próximo com suas diferenças. Por outro lado, nós temos a oportunidade de mostrar à sociedade que as crianças do abrigo são produtivas e que um trabalho organizado pode trazer belos resultados".