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Ciência e Tecnologia
14/06/2006 - 05h33
Os terremotos de Java
Annibal Hetem Jr.
 

No dia 27 de maio, a Ilha de Java foi sacudida por um terremoto de 6,3 pontos na escala Richter, o que causou mais de 6 mil mortes. Em 26 de dezembro de 2004, um outro terremoto, desta vez no mar, a oeste da ilha, foi o responsável por um tsunami devastador, cujo resultado seria de cerca de 230 mil vítimas, segundo estimativas da Unesco. Atualmente, Java convive com dois vulcões ativos: o Monte Semeru e o Monte Bromo, ambos situados no lado leste da ilha.

Em 1883, a ilha vulcânica de Cracatoa, próxima de Java, desapareceu depois de uma série de quatro explosões que espalharam cinzas por toda a atmosfera e geraram uma onda sentida no mundo inteiro. Esta foi provavelmente a tsunami mais destrutiva registrada na história. O ruído das explosões foi ouvido a mais de mil quilômetros da ilha agonizante.

Por que a região apresenta tantas atividades geológicas?

Java é a 13ª maior ilha do mundo, sendo sua origem totalmente vulcânica. Ela está situada na Indonésia - grupo de ilhas entre a Austrália e a Ásia - com seu litoral sul banhado pelo Oceano Índico. Além disso, Java está bem na borda da placa tectônica da Eurásia, o que nos leva a outra pergunta: o que são as tais placas tectônicas?

A superfície da Terra é composta por "placas", que não vemos com facilidade, pois suas bordas estão disfarçadas pelos mares, florestas e outras variedades de paisagens. Temos conhecimento das placas porque ao longo dos seus limites, onde uma placa encontra-se com a vizinha, ocorrem os terremotos e aparecem os vulcões.

O interior do nosso planeta está preenchido com rocha em estado líquido, que se mantém em constante movimento. Este movimento é transmitido à superfície sólida (onde nós estamos!), daí as placas tectônicas estarem também em movimento. Mas, para a superfície da Terra, o movimento é de apenas alguns milímetros por século. O que ocorre é que esta movimentação não é suave, mas acontece em súbitos deslocamentos. Ao longo de muitos anos, as placas "brigam" entre si, tentando uma empurrar a outra, mas nenhuma delas se move. Enquanto isso, vai se acumulando um potencial de energia que, em um momento imprevisível, é liberada. Nesse instante acontecem os terremotos e outros fenômenos cataclísmicos que citamos no começo do texto.

O litoral sul de Java, além de ser banhado pelo Oceano Índico, também está a poucos quilômetros da separação entre as placas tectônicas australianas (cujo movimento é para o nordeste) e a eurasiana (que insiste em ir para o sudeste). Como resultado, temos um gigantesco choque e observa-se uma intensa atividade geológica na região, apesar de algumas fases de tranqüilidade.

O Brasil situa-se na parte central de uma placa especialmente espessa: a placa sul-americana. Isso significa que estamos bem distantes de terremotos mais energéticos e devastadores. No máximo o que recebemos são alguns abalos extremamente fracos, ecos do que acontece no meio do Oceano Atlântico ou além da cordilheira dos Andes, e mesmo assim, detectados somente através de instrumentos sensíveis.

Quando a fase geológica ativa da Indonésia vai acabar? Os especialistas mais espertos diriam: "quando a estabilidade tectônica for alcançada". Traduzindo para uma linguagem mais simples, significa "ninguém sabe".


Nota do Editor: Annibal Hetem Jr., doutor em Astrofísica pela USP, é professor titular de Computação Gráfica na FIAP - Faculdade de Informática e Administração Paulista e atua nas áreas de controle de processos e robótica industrial. É autor de "Computação Gráfica" (LTC Editora, 2005) e escreveu capítulos para "A Caça aos Berçários de Estrelas" (Edusp, 2004) e "Determination of the Physical Parameters in the Cygnus - A Hot Spots Study of a Radio Galaxy" (Cambridge University Press, 1996).

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