Empoçados estão meus olhos de sol. Nada vejo que não seja luz. Furta-cores brincam pelo quintal, De mãos dadas ao verão que os conduz. A noite chega em trajes transparentes. Roça meu corpo com sua brisa sedosa. Murmura íntimos desejos entre dentes, Enquanto seu frescor me diz que goza. Deito-me com ela ao relento. Seu intangível corpo me excita. Súbito, só com sonhos me sustento Lá onde a primeira estrela gravita. Enquanto o mundo gira atrás de si Em busca de seu próprio rosto, o sol nos olhos me diz que re-amanheci e que, à noite, a luz tem outro gosto. Nota do Editor: Márcio Juliboni é jornalista, cobre Economia e Negócios no portal Exame. Trabalhou no serviço de notícias on-line, “Panorama Setorial”, do jornal Gazeta Mercantil, na Agência Estado e em várias revistas segmentadas. Iniciou a carreira na grande imprensa em 2000.
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