Mudança visa enquadrar empresas que não seguem regulamentação do Exército
A Associação Brasileira de Normas Técnicas, em convênio com a Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin), lançou a norma ABNT NBR 15000:2005, que tem como referência a regulamentação específica do setor, de responsabilidade do Exército Brasileiro. "A antiga norma era baseada em legislação internacional que tem mais de 20 anos. Agora, as especificações são baseadas na realidade local e contemplam calibres que não eram considerados anteriormente", afirma o presidente da Abrablin, Franco Giaffone. A NBR 15000 classifica as blindagens para impactos balísticos e fixa seus critérios de avaliação, aplica-se tanto às blindagens transparentes quanto às opacas e envolve materiais e composições balísticas e suas associações, de acordo com os níveis de proteção, diretamente relacionados à forma, material, ângulo de incidência, energia e área do impacto. "As empresas que já seguiam as regulamentações do Exército, não terão que fazer mudanças significativas. O problema será para as empresas que trabalhavam fora das especificações. Agora, ou elas passam a atuar dentro das normas, ou deixam de cumprir mais uma norma", afirma Oldack Jaoude, gerente geral de Marketing da Protechtor, líder do mercado nacional na produção de vidros blindados. Segundo Jaoude, os órgãos competentes devem fiscalizar, mas cabe ao consumidor fazer a checagem na hora da compra. "Os consumidores devem adquirir produtos apenas de empresas que seguem as exigências legais. Trata-se se sua segurança", diz. Além de especificar como deve ser realizada a fabricação, rastreabilidade, acabamento e embalagem, a norma determina os requisitos de avaliação, os métodos de ensaio e os níveis de aceitação e rejeição. Para Jaoude, "a norma é um esforço louvável por parte da ABNT e da Abrablin para proteger os interesses dos consumidores de carros blindados. Mas, o consumidor precisa fazer sua parte, denunciando as empresas que trabalharem fora da norma e, acima de tudo, duvidando de preços menores do que os praticados no mercado". Para o gerente da Protechtor, o consumidor deve buscar segurança e saber que atrás de um preço mais baixo pode haver um mau serviço, a falta de itens que ampliam a segurança ou, ainda, a utilização de práticas de engodo com aquele que acredita ter feito uma boa blindagem confiando no estabelecimento blindador. "Os consumidores precisam buscar seus direitos e manter os olhos bem abertos às ofertas tentadoras de preços muito baixos", conclui Jaoude.
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