No mês de maio, os paulistanos assistiram à violenta onda de ataques promovidos pelo crime organizado em todo o Estado. A ofensiva escolheu como alvo as delegacias e órgãos públicos, escolas e também bancos. No entanto, os maiores ataques às instituições financeiras costumam ocorrer no ambiente virtual, mascarado pelo anonimato e baseado na tecnologia. As quadrilhas que assaltam bancos estão perdendo para os crimes virtuais. Serão cada vez mais raros os clássicos assaltantes de touca, que ameaçam gerentes, e por fim, fogem com alguns milhões distribuídos em bolsas. Atualmente, os roubos às agências representam somente 10% do total das fraudes bancárias. Outros 10% desse montante vêm da clonagem de cartões, e os 80% restantes são fraudes praticadas via internet. Segundo um estudo do Instituto de Peritos em Tecnologias Digitais e Telecomunicações (IPDI), se as instituições financeiras não investissem em tecnologia, as cifras de prejuízo com fraudes subiriam de R$ 300 milhões para cerca de R$ 1 bilhão ao ano. Este dado surpreende e prova a eficiência dos constantes avanços em softwares e mecanismos de segurança para dados bancários. Um estudo da Unisys, realizado em oito países, revelou que o Brasil ocupa o terceiro lugar em roubo de dados pessoais, como senhas, para fraudar sistemas de internet banking. Por isso, algumas novidades da tecnologia deram mais um passo para barrar a estratégia dos hackers. Uma delas, é a tecnologia de redes neurais, que desenha um perfil de uso dos serviços bancários para cada usuário. Quando ele tenta executar uma operação fora do seu padrão, o sistema emite um alerta para o banco. Com esse mecanismo, aliado a eficientes sistemas de segurança, em pouco tempo teremos sistemas bancários ainda mais seguros para todos os correntistas. Um ganho para os profissionais do setor e para os cidadãos. Segundo a Febraban, os investimentos em segurança de sistemas já consomem 10% do orçamento destinado à tecnologia. Um avanço considerável, que se realizado pela maioria das instituições, poderá representar um ganho real já em um curto prazo de tempo. E segurança é um tema vital para o século XXI, já que os crimes da pós-modernidade se concentram na via virtual, e podem causar danos financeiros ainda maiores que no passado. Nota do Autor: Orli Machado, presidente da C&M Software.
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