Perdemos a copa, mas parte da economia brasileira ganhou!
2006 é um ano recheado de eventos que tiram os brasileiros da rotina. Nesse fim de primeiro semestre, temos como destaque a Copa do Mundo e, logo depois, os debates políticos e as eleições em outubro. Quem ganhou na economia brasileira com as interrupções devido aos jogos e com a empolgação da torcida? • Turismo nacional: devido à fama do nosso futebol e dos nossos craques que jogam na Europa, a mídia internacional mostrou imagens dos jogos, das nossas belas torcedoras e dos alegres fanáticos pulando com a bandeira nacional. Pesquisando sites de notícias dos nossos tradicionais rivais futebolísticos (Argentina, Itália e França) constatou-se diariamente uma abundância de notícias detalhando o cotidiano dos treinamentos e jogos. Os potenciais turistas estrangeiros que já adotaram o verde-amarelo no vestuário ficaram estimulados em conhecer nossos roteiros nacionais. - Em boa hora foi lançado o Plano Nacional de Turismo, que busca estabelecer três destinos de padrão internacional por estado brasileiro. Os estados mais procurados são Ceará, Bahia e Rio de Janeiro. A meta é saltar dos 7 milhões para 9 milhões de turistas estrangeiros até 2007. - No mesmo ano de 2007 o Brasil estará provavelmente em 10º lugar no ranking dos maiores destinos de eventos internacionais. No cenário atual, somente as três principais capitais estaduais (São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador) já representam 60% dos encontros no Brasil. O turismo corporativo, mesmo com a utilização de vídeos-conferência, ainda representa 21% dos gastos operacionais das empresas. • Varejo: a deflação nos preços dos alimentos causados pelas boas safras e câmbio, aliados à lenta recomposição da renda do consumidor, tem dificultado a recuperação da rentabilidade da rede de supermercados. Mesmo assim, as grandes redes internacionais estão de olho no mercado brasileiro porque o Brasil é o 2º país mais caro para se viver na América do Sul (perde apenas para o Chile) em virtude da má distribuição de renda e da cultura inflacionária. É triste constatar que na Argentina os preços são menores que aqui e existe uma melhor distribuição de renda. - "A Copa do Mundo ajudou as vendas" - essa frase representa a opinião de 40% dos varejistas. Em junho, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) mostrou que o otimismo aumentou em relação ao presente e diminuiu frente aos próximos meses. Os produtos alimentícios mais vendidos foram as bebidas, carnes para churrasco e produtos típicos de festa junina. - Devido à desclassificação da seleção brasileira e ao grande acúmulo nos estoques, é esperada uma grande promoção na área de alimentos nas grandes redes varejistas. • Serviços: no mês de junho - em que a maioria dos ramos de atividade apresentou estabilidade - o setor de serviços foi o que apresentou maior crescimento em relação a maio (6,3%). O rendimento médio real do trabalhador teve uma valorização expressiva de quase 8% no intervalo de um ano e alcançou o valor de R$ 1.027,80. Mas essa boa notícia ainda é manchada com o índice de desemprego nacional que em dezembro de 2005 estava em 8,5% e em maio evoluiu para 10,2% da população economicamente ativa. Na região metropolitana de São Paulo a taxa registra 17%. Nota do Editor: Marcos Crivelaro é cientista e professor PhD de Administração de Materiais, Administração da Produção e Planejamento. Leciona na FIAP - Faculdade de Informática e Administração Paulista - no segmento de Matemática e Informática e atua em treinamentos "in company" e consultoria na área Administrativa e Financeira.
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