Você sabia que com R$ 100,00 já pode aplicar na bolsa de valores?
Por questões culturais, apenas 1,5% da população brasileira investe na bolsa contra 70% dos Estados Unidos e Europa. Além disso, no Brasil, a movimentação diária da bolsa de valores é de aproximadamente R$ 2 bilhões, quando nos Estados Unidos o valor movimentado chega a R$ 100 bilhões. Mas investir nela pode ser muito mais fácil do que as pessoas pensam. Pode-se iniciar essa aplicação com apenas R$ 100,00. É o que revela o professor da FARGS - Faculdades Rio-grandenses e auditor da Bolsa de Valores, Guilherme Pressi. Quando falamos em bolsa de valores a maioria das pessoas logo pensa, principalmente, na correria provocada por centenas de pessoas falando pelo telefone, gritando, empurrando. Mas essa cena já é passado. O já extinto Pregão Viva-Voz é apenas mais um dos mitos que envolvem um dos investimentos mais rentáveis do mercado de capitais. Guilherme Pressi, explica que esse cenário já não existe mais desde o ano passado, quando a negociação passou a ser eletrônica, via sistema. "Hoje o Brasil tem a 2ª bolsa no mundo totalmente eletrônica, atrás apenas de Tóquio", conta o especialista. O que muitos não sabem é que para formar poupança em ações não é necessário ter grande volume de recursos nem de conhecimento, qualquer pessoa física pode fazer isso. "Com R$ 100,00 já é possível aplicar", informa Guilherme Pressi. Além disso, mesmo sem haver garantia nas taxas de ganho, a longo prazo (mais de 2 anos) é certo que é uma aplicação melhor do que a renda fixa. O primeiro passo é procurar uma instituição financeira de mercado de capitais, neste caso, uma Sociedade Corretora. Pressi faz um alerta neste ponto, que é acessar o site www.bovespa.com.br para verificar se a corretora escolhida é membro da BOVESPA - Bolsa de valores de SP, o que assegurará a idoneidade da corretora escolhida. Feito isso, basta efetuar um cadastro e, dependendo da quantia disponível, começar uma carteira individual (maior valor para investir) ou integrar um clube de investimento (valor pequeno para investir). Esse clube é um condomínio sobre uma carteira de ações, constituído por pessoas físicas que têm como objetivo aplicar recursos comuns em títulos e valores mobiliários. Quem opta por investir na bolsa, tem duas maneiras de ganhar. Uma, é através dos dividendos, que é a divisão dos lucros da empresa a cada final de exercício. A outra, por meio de compra e venda das ações, ganhando na diferença, chamado tecnicamente de Spred. Pressi salienta que as corretoras estão constantemente aconselhando seus clientes sobre as melhores possibilidades, indicando tendências de alta e baixa, melhor hora para comprar ou vender as ações. Quais são os riscos? O fator que mais afeta o mercado são as taxas de juros. "Uma reunião do Banco Central Americano cria expectativa de aumento dos juros nos EUA, conseqüentemente fazendo a bolsa despencar", informa Pressi. Ele conta que fatores econômicos e mundiais, como guerras, por exemplo, também influenciam muito o mercado. Sendo assim, o maior risco é a volatilidade do mercado, que é quem determina o preço, seguindo a lei da oferta e da procura. Qualquer pessoa pode comprar ações de qualquer empresa que ofertá-las? Segundo Pressi, todas as empresas com ações negociadas no mercado de capitais têm um lote padrão, uma quantidade mínima para se comprar ou vender. Geralmente o valor não é muito alto, o problema é que ao comprar ações, precisa-se pagar uma tarifa mínima por operação para a corretora, o que muitas vezes inviabiliza a compra de um número muito baixo de papéis. Que empresas têm ações para vender? Infelizmente, segundo o especialista, poucas empresas vêem seu mercado de capitais como opção de captação de recursos. Muitas companhias não necessitam de financiamento de capital de giro, e seus investimentos são bancados por outras fontes de recursos, via reinversão de lucros, crédito de fornecedores ou o endividamento junto ao sistema bancário. Além da reduzida necessidade de recursos, muitas empresas não têm interesse em abrir seu capital e atrair o capital associativo, isto é, colocar parte de suas ações no mercado de capitais, por acharem que a abertura implica na perda do controle da gestão; outras pela obrigatoriedade de transparências nas publicações das demonstrações contábeis. "A abertura do capital de uma empresa a expõe a um mundo muito mais competitivo, no qual as necessidades de investimento são maiores", opina Pressi. Atualmente o Brasil tem 380 empresas com ações na bolsa de valores, número que tende a crescer bastante nos próximos anos.
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