Entre castelos e choupanas
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Quando vejo o resultado da utilização de parâmetros diferentes na interpretação da legislação constato a incoerência existente entre o discurso político e as ações dos mandatários do poder. Em Ubatuba, enquanto os poderosos constroem "castelos", a roça da qual o pobre usufrui é destruída. O povo sabe que "a corda sempre arrebenta do lado mais fraco", mas continua insistindo em seus ideais na esperança de que um dia políticos honestos cumpram o que prometem em épocas de eleição. Dia 8, um "Mandado de Suspensão da Ordem de Demolição", expedido pelo Judiciário, não pode ser cumprido, pois a ligeireza com que a Prefeitura destruiu as árvores frutíferas (goiabeiras, laranjeiras, limoeiros, coqueiros, cabeludinhas, bananeiras, além do mandiocal, canavial etc.) de uma propriedade no bairro do Camburi foi inopinável, incompatível com a morosidade intrínseca da administração do "nunca antes (e de novo jamais)". Algo parecido com o que fizeram com a amendoeira que existia ao lado do Cruzeiro, na praia de Iperoig, no Centro. Acho estranha a maneira discriminatória com que Eduardo César (PL + PT) age na tratativa com os poderosos, distinguindo-os (favoravelmente) dos que necessitam da compreensão do poder público para sobreviverem. Não se harmoniza com o que "pregou" durante a campanha em 2004. A foto acima, feita há um ano, chegou-me às mãos somente agora. O "castelo" já deve estar concluído. Fazer vista grossa para o desmatamento e a movimentação de terra executados no local, não justifica a presença de um Papa, ainda mais enquanto suprimem fonte de alimentação de pessoas carentes, como o que aconteceu no Camburi. Assisti a filmagem, feita por Emilio Campi, que mostrou o estrago proporcionado pela Prefeitura. Não há como ficar calado vendo os desmandos que acontecem no município.
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