O Brasil caminha para mais um processo eleitoral, numa rotina que se tornou familiar aos brasileiros há 24 anos, quando ocorreu o primeiro pleito após a anistia aos presos políticos e exilados pela ditadura militar. Nesse quase quarto de século, não faltaram crises de estabilidade institucional, mas os brasileiros a tudo superaram. Compareceram às urnas e confiaram que os representantes escolhidos pudessem resolver ao menos uma pequena parte de seus problemas. Hoje, parece que tudo corre perigo: esperança, crenças, instituições, valores, nação. A partir das primeiras acusações feitas pelo então deputado Roberto Jefferson em junho de 2005, a sociedade brasileira vê desfilar um comboio infindável de revelações que não deixam dúvidas: políticos, empresas e instituições há muito se utilizam de métodos ilegais para financiar campanhas e garantir benefícios para si. Mais recentemente, outra denúncia vem nos assombrando: a do esquema de superfaturamento de ambulâncias, que ainda está sendo investigado na "CPI dos Sanguessugas". Nem os envolvidos no escândalo do financiamento ilegal de campanhas - o "mensalão" - nem os "sanguessugas" foram punidos pela Justiça. Pior: muitos já registraram suas candidaturas para disputar as eleições deste ano e não foram modestos quanto às campanhas: pelo levantamento do Tribunal Superior Eleitoral divulgado no final de julho, os partidos políticos declararam estimativas de gastos para seus candidatos em todos os níveis de R$ 20 bilhões, o equivalente ao orçamento federal com o sistema de saúde em um semestre. Mesmo nesse cenário desolador, o povo brasileiro dá sinais claros de que ainda não perdeu a esperança na democracia, na justiça e num país melhor. Por isso, as eleições de 2006 ganham uma dimensão especial sob o ponto de vista da ética. O voto será nosso instrumento para fazer a democracia funcionar. Por isso, o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social faz um apelo ao cidadão e cidadã brasileiros: - Não vote nos candidatos que tenham sido condenados pela Comissão de Ética do Congresso, no caso do "mensalão"; - Analise bem a condição daqueles citados nos relatórios da "CPI dos Sanguessugas"; - Não vote em candidatos cujas campanhas se mostrem dispendiosas ou que disponham de recursos cuja origem não seja transparente; - Denuncie candidatos com gastos abusivos ao 0800-600-7400, Disque-Denúncia Eleitoral, uma iniciativa do Pensamento Nacional das Bases Empresariais (PNBE). A ligação é gratuita. No âmbito das empresas, o atual processo eleitoral oferece uma oportunidade ímpar para que a iniciativa privada assuma posições éticas e reflita mais profundamente sobre a cidadania corporativa. Por isso, propomos aos empresários: - Não financie campanha de candidatos condenados pela Comissão de Ética do Congresso ou listados na "CPI dos Sanguessugas"; - Patrocine campanhas de esclarecimento sobre a importância do voto consciente entre seus funcionários, clientes, fornecedores e na comunidade em que atua; - Assine o Pacto Empresarial pela Integridade e contra a Corrupção, cujo texto se encontra disponível para consulta no sites do Instituto Ethos e da Patri; - Divulgue o Disque-Denúncia Eleitoral (0800-600-7400) e os sites das entidades que acompanham os trabalhos das CPIs. Neles, a lista dos implicados está sempre atualizada. Para conhecer os perfis dos candidatos a cargos em todos os níveis, sugerimos acessar o Projeto Excelências, da Transparência Brasil. Para saber mais sobre candidaturas, campanhas e o processo eleitoral, acesse: · Instituto Ágora - Em Defesa do Eleitor e da Cidadania www.agoranet.org.br · Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral www.lei9840.org.br · Patri - Relações Governamentais & Políticas Públicas www.patri.com.br · Tribunal Superior Eleitoral (TSE) www.tse.gov.br
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