Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico, ligado à Escola Politécnica da USP, foi uma das cinco instituições escolhidas pelo Ministério da Ciência e Tecnologia para implantar uma design house, empresa que projeta circuitos integrados (chips)
Neste segundo semestre, o Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico (LSI-TEC) está colocando em funcionamento uma Design House (DH), empresa de desenvolvimento de projetos destinados à fabricação de circuitos integrados (chips) para o setor produtivo. O Projeto é uma iniciativa do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), por meio do Programa Nacional de Microeletrônica (PNM), e tem o objetivo de impulsionar a tecnologia de semicondutores no País. O LSI-TEC é uma associação sem fins lucrativos, com sede em Alphaville, criada em 2004 por pesquisadores da Universidade de São Paulo, para dar suporte tecnológico ao Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI) da Escola Politécnica (Poli) da USP. Seu propósito é oferecer uma ponte entre os Grupos de Pesquisa do LSI, a indústria e as empresas, estabelecendo uma melhor cooperação e provendo meios para uma eficiente transferência de tecnologia. Com o uso de softwares como o EDA (Eletronic Design Automation), que o LSI/TEC acaba de receber via MCT, a Design House vai projetar chips para atender a necessidade das empresas. "O diferencial do software EDA que estamos recebendo é que ele é um dos mais completos do mercado, podendo ser usado em circuitos analógicos, digitais ou mistos", explica Reinaldo Morilha, coordenador técnico da DH / LSI-TEC. A Design House vai atuar no início e no final da cadeia produtiva dos circuitos integrados. Na parte inicial da cadeia, a DH ficará responsável pelo projeto dos chips, o que inclui elaboração das especificações, projeto dos circuitos e "layout". Em seguida, o projeto será mandado para uma empresa que ficará responsável pela fabricação dos mesmos. Por fim, os chips produzidos retornam para a Design House, que realizará os testes finais de funcionalidade. Além do LSI-TEC, outras quatro instituições foram escolhidas pelo MCT para também serem centros de formação de projetos de circuitos integrados: o Centro Tecnológico do Pólo Industrial de Manaus (CTPIM), o Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (Cesar), o Centro de Excelência em Eletrônica Avançada (Ceitec), em Porto Alegre, e o Centro de Pesquisa Renato Archer (CENPRA), em Campinas. O programa do MCT prevê, só no primeiro ano, investimentos da ordem de R$ 7,7 milhões nas DHs. O investimento inclui desde estações de trabalho até pessoal qualificado dentro de um programa de bolsas de Desenvolvimento Tecnológico Industrial. De acordo com Morilha, os profissionais colaboradores da Design House recebem, durante os três primeiros anos, bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) por meio de repasse de recursos do MCT. A previsão de Morilha é que no LSI-TEC, até o final de 2007, cerca de 32 profissionais estarão fazendo parte da iniciativa. De acordo com Morilha a DH/LSI-TEC terá capacidade de atender todos os setores econômicos do País, adiantando que já no início de 2007 estará desenvolvendo projetos para as indústrias do setor elétrico (geração e distribuição de energia elétrica) e para o setor de instrumentação analítica. O foco principal, segundo Morilha, é aumentar a competitividade e inovação da indústria eletro-eletrônica nacional, beneficiando as empresas, os colaboradores e a sociedade em geral, contribuindo para o progresso tecnológico do Brasil, levando ao aumento do valor agregado dos produtos manufaturados localmente. "Acreditamos também, que com o sucesso da iniciativa poderemos atender o mercado externo", afirma. Durante o Congresso da Sociedade Brasileira de Microeletrônica, que acontece até o dia 1º de setembro em Ouro Preto, em Minas Gerais, esta iniciativa também está sendo divulgada.
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