O hábito de alongar o corpo diariamente traz vários benefícios ao físico, à alma e à mente.

O massoterapeuta Kiyoshi Nagaoka dá dicas de posturas e exercícios simples e fáceis de fazer, que podem ser realizados na própria poltrona de trabalho e ajudam a combater os sintomas causados pela falta de flexibilidade dos músculos.

Com uma rotina tomada de compromissos e prazos a cumprir, é difícil para os profissionais de hoje em dia ter tempo para cuidar bem do físico e da mente. Com uma vida agitada e muitas vezes sedentária, é freqüente o trabalhador apresentar tensão muscular, dores e lombalgias. "Muitos pacientes se queixam de dores pelo corpo porque passam mais de oito horas sentados numa poltrona de escritório, muitas vezes desconfortáveis e inadequadas aos padrões corporais", afirma o massoterapeuta Kiyoshi Nagaoka, especialista na aplicação de técnicas milenares de tratamento.

Porém, a receita para mudar esse quadro é simples e muito benéfica à saúde, com a prática diária de exercícios de alongamento. Os exercícios de alongamento costumam trabalhar o comprimento do músculo para aumentar sua flexibilidade e condição muscular, que pode variar de pessoa para pessoa, dependendo da estrutura física.

Além de aliviar dores e tensões musculares no pescoço, nas costas e nas pernas e prevenir determinadas lesões, o alongamento traz vários outros benefícios à saúde. "Eleva a sensação de bem-estar, melhora a circulação sangüínea, ajuda a combater o estresse e aumenta a produtividade e a concentração", destaca Nagaoka.

Simples e fáceis de fazer, os exercícios podem ser realizados dentro do ambiente de trabalho ou, melhor ainda, na própria poltrona do escritório. "No período de 5 a 10 minutos, os exercícios podem ser feitos em qualquer hora do dia, ou nos momentos em que sentir os músculos tensos e repuxados", indica Nagaoka. De acordo com o especialista, ficar sentado por muitas horas durante o dia, além de desconforto, também pode causar inchaço nos membros inferiores.

Exercícios de alongamento

1. Para alongar a coluna - Estique o pescoço e a cabeça para cima, como se fosse tocar no teto, inspirando o ar. Ao soltar o ar, relaxe os ombros e o pescoço. Repita a série por três vezes.

2. Para alongar o pescoço - Relaxe os ombros e incline o pescoço de um lado para o outro, como se fosse encostar a orelha no ombro. Repita a série três vezes de cada lado.

3. Encoste o queixo no peito e solte o ar. Levante a cabeça em linha reta ao corpo, de forma a fitar o horizonte. Faça o movimento três vezes.

4. Para alongar os braços - Una as duas mãos e estique os dois braços para frente, o máximo que puder, inspirando o ar. Volte-os para baixo, relaxando as costas e soltando o ar. Repita a série três vezes. Faça o mesmo movimento erguendo os braços para cima e quando terminar faça o mesmo movimento para os lados, inclinando o pescoço, como se fosse encostar a orelha no ombro. Repita o exercício por três vezes.

5. Para alongar os braços para trás da cabeça, levante-os, com as mãos unidas para cima e incline as costas a 110º, de forma a colocar o quadril para frente e as costas suavemente para trás. Faça o movimento três vezes.

6. Para alongar as pernas e o tornozelo - Estique uma perna e aponte o dedão para cima, alongando a panturrilha, retornando à posição inicial. Repita três vezes o exercício com cada perna. Depois, faça movimentos circulares no tornozelo, três vezes, uma vez iniciando o movimento para a direita e depois para a esquerda.

Para Cláudio Muzi, engenheiro de produtos da Flexform, empresa há 41 anos, pioneira no desenvolvimento de componentes para o setor mobiliário e fabricante de poltronas para escritórios, quanto mais ajustes a poltrona apresentar, mais fácil de atender às necessidades do corpo. "Uma boa poltrona de escritório deve ser adequada à função do usuário e as dimensões devem estar de acordo com as normas técnicas estabelecidas pela ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas", defende Muzi.

Dicas de postura

Segundo o massoterapeuta Kiyoshi Nagaoka, a postura mais correta ao sentar é manter o quadril totalmente encostado no assento, dividindo o peso do lado esquerdo com o lado direito do corpo, mantendo os dois pés encostados no chão. "O usuário deve estar atento à altura mínima de regulagem do assento, de 40 centímetros. Caso o assento esteja alto demais, a tendência do usuário é ficar nas pontas dos pés, o que aumenta a tensão dos músculos devido ao esforço excessivo feito nas pernas", alerta Nagaoka.

A coluna deve estar apoiada no encosto da poltrona a 110º, ou seja, com o quadril voltado para frente e as costas suavemente inclinadas para trás. A cabeça deve estar erguida, como se olhasse para o horizonte. Já os braços, quando apoiados no apóia-braço da poltrona, devem se manter um pouco acima da cintura. "O usuário deve ficar o mais confortável possível numa poltrona, de forma que deixe os músculos relaxados, desde que mantenha a postura correta", ressalta Nagaoka.

Uma boa poltrona de escritório, também ajuda a manter a postura correta. De acordo com Cláudio Muzi, é importante que o assento seja anatômico, não em exagero, e tenha pequena inclinação para trás. As dimensões devem ser adequadas para acomodar nádegas e coxas, deixando somente as dobras do joelho para fora. As bordas do assento requerem acabamento arredondado, para não comprometerem a circulação sangüínea dos membros inferiores. É aconselhável, ainda, que o braço da poltrona também seja regulável, permitindo que se mantenha antebraço e mãos alinhados e formando um ângulo de 90º com o restante do tronco, quando se está digitando ou escrevendo. "Nós desenvolvemos em nossas novas linhas um mecanismo chamado Universal II, que permite um sincronismo entre o assento e o encosto da poltrona e um ponto de giro avançadíssimo, o que significa que o movimento do corpo acontece sem tirar os pés do chão", diz Cláudio Muzi. As novas linhas da Flexform possibilitam, ainda, fazer ajustes de profundidade do assento, apoio lombar, de braços e cabeça, sem precisar se levantar.