Oportunidade de negócios para baixa renda
A baixa renda tornou-se visível para o competitivo mercado internacional. Além de ser um dos maiores mercados de consumo, as populações dos países em desenvolvimento são o principal desafio do desenvolvimento econômico sustentado. De acordo com o DATA Popular, Pesquisa e Consultoria, atender a baixa renda sempre seguiu ou a ótica do mercado ou a do terceiro setor. "Vivemos um momento de transição em que estas duas vertentes atuam pela primeira vez de forma interdependente. Não se trata de explorar o consumo, nem de ser assistencialista, mas sim ensinar este consumidor a pescar. Não é a toa que Muhammad Yunus, ’banqueiro dos pobres’ recebeu o Prêmio Nobel da Paz", analisa Renato Meirelles, sócio-diretor do DATA Popular. O principal feito de Yunus foi a oferta de microcréditos a milhões de famílias de baixa renda de Bangladesh. O sistema de microcrédito permite que empréstimos de valores quase irrisórios tornem-se ferramenta para redução das desigualdades sociais no mundo todo ao financiar o capital de giro de pequenos negócios. Segundo estimativas, só a América Latina já concedeu microcréditos a 6 milhões de pessoas e a 500 mil microempresas em mais de 20 países. "No Brasil, um dos melhores exemplos é o Programa Crediamigo do Banco do Nordeste, que já beneficiou 592 mil pessoas em situação de exclusão social", aponta Meirelles. Segundo o consultor, a questão do microcrédito vai além do empréstimo. É a oportunidade de criar oportunidades de crescimento econômico para a baixa renda. No caso do Banco do Nordeste, além do empréstimo, o Programa Crediamigo oferece orientação empresarial, por meio dos assessores de crédito que prestam sistematicamente acompanhamento aos empreendedores de pequenos negócios. Outro diferencial é parceria com o Sebrae e o Instituto Nordeste Cidadania, que oferecer capacitação gerencial para os seus clientes em sala de aula. "Portanto, parte do mercado trabalha para que, além de consumir, a baixa renda fomente novas atividades econômicas e tenha a participação em um desenvolvimento sustentado. Abrir as portas para atividades de pequeno e médio porte certamente contribuirá para que o mercado popular - que vale R$ 512 bilhões - cresça ainda mais", argumenta o sócio do DATA Popular. Dados da empresa de pesquisa e consultoria apontam que cerca de 54% da população vive na informalidade e boa parte destes profissionais precisa de informação para otimizar seu negócio e ampliar suas atividades. Portanto, ações promocionais que agreguem conteúdo sempre são bem-vindas. "Orientamos nossos clientes neste segmento a associar, quando possível, seus serviços a atividades específicas como cursos profissionalizantes", complementa Meirelles. O Brasil faz parte do futuro de consumo popular, pois é um dos países que compõem o BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) e apresenta um alto índice populacional com baixa renda e grande desejo em consumir.
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