Renan Rocha campeão na estréia do Onbongo Pro Surfing em Ubatuba. Australiano Troy Brooks comemora permanência no WCT com o vice-campeonato
O paulistano Renan Rocha nem pensava em disputar o Onbongo Pro Surfing 2006, mas foi incentivado pelos amigos e foi surpreendendo seus adversários até chegar na grande final, fechando sua fantástica participação com a segunda vitória verde-amarela nos cinco anos da competição que estreou em Ubatuba, no litoral Norte de São Paulo, depois de quatro edições realizadas em Florianópolis (SC). A Praia de Itamambuca lotou no último dia, com o veterano surfista de 35 anos de idade, que até o ano passado integrava o grupo de elite do surfe mundial, levantando a torcida com o título conquistado na decisão contra o australiano Troy Brooks. O alagoano Marcondes Rocha também festejou o título sul-americano profissional e o pernambucano Bernardo Pigmeu comemorou sua classificação para o WCT 2007 também no ONBONGO PRO SURFING 2006, que contou com a participação de 192 surfistas representando 14 países em Ubatuba. O campeão já havia até abandonado as competições internacionais e o mais curioso é que não tinha passado nenhuma bateria nas quatro etapas do Circuito Brasileiro SuperSurf que competiu neste ano. Mas, o conhecimento das ondas de Itamambuca nas condições apresentadas no domingo, com séries demoradas de 1 metro de altura, foi decisivo para Renan Rocha vencer o ONBONGO PRO SURFING 2006. A última etapa do WQS que ele ganhou foi no longínquo ano de 1993 na Praia de Maresias, em São Sebastião (SP). “Poxa, impressionante, nem eu pensei que eu fosse chegar tão longe. Meus amigos é que me fizeram acreditar, falaram para eu me inscrever no campeonato, que eu estava surfando bem e foi o que aconteceu, bateria por bateria, sem pensar muito no primeiro lugar, mas sim naquela batalha, eu acho que eu fui buscando meu espaço e ai deu no que deu”, vibrou Renan Rocha. O campeão do ONBONGO PRO SURFING 2006 só havia disputado as outras três etapas realizadas no Brasil e, com os 2.500 pontos recebidos pela vitória em Ubatuba, saltou da 346ª para a 132ª posição no ranking do WQS, além de faturar o prêmio máximo de 15.000 dólares na Praia de Itamambuca. “Foi uma aposentadoria em alto estilo, não vou correr mais nada, agora é só free-surfe, ficar em casa pegando onda e curtindo, mas no ano que vem estou aqui de novo, campeonato em casa não vou perder e dedico essa vitória a toda a minha família e aos meus amigos que estão aqui”, ofereceu. O australiano Troy Brooks também ficou feliz com o resultado, até porque garantiu sua permanência no WCT pelo WQS, pois passou dos 9.000 pontos no ranking com o vice-campeonato no ONBONGO PRO SURFING. “Foi um longo período aqui no Brasil, foi muito bom para mim, consegui atingir meu objetivo com o segundo lugar e o Renan mereceu vencer, parabéns para ele”, desejou Brooks, que levou 7.500 dólares de prêmio e gostou muito de Ubatuba, que há 10 anos não recebia uma etapa do Circuito Mundial. “Ubatuba também está de parabéns, as pessoas aqui são muito legais, os organizadores deram um bom suporte aos surfistas e as pessoas são realmente apaixonadas pelo surfe aqui. Foi legal também porque eu acertei a manobra ‘super-man’, venho treinando já faz um tempo e acertei um nas oitavas-de-final. Até tentei repetir a dose nessa última bateria, mas não deu certo, agora fica para a próxima, quem sabe lá em Santa Catarina no WCT”, falou o vice-campeão Troy Brooks. VALEU A EXPERIÊNCIA - Nas semifinais a experiência falou mais alto nas ondas que já demoravam bastante para entrar na Praia de Itamambuca. O carioca Simão Romão, 20 anos, foi eliminado pelo paulistano Renan Rocha, 35, na primeira bateria. E na segunda, Troy Brooks, 27, ganhou o confronto australiano contra Rhys Bombaci, 21, na disputa pela última vaga na grande final do ONBONGO PRO SURFING 2006. Mesmo assim, os terceiros colocados em Ubatuba faturaram 3.750 dólares de prêmio e ganharam várias posições no ranking do WQS. Bombaci subiu da 67ª para a 37ª colocação e Simão pulou do 71º para o 39º lugar na classificação geral das 38 etapas disputadas. “Ubatuba é um lugar sempre bom para mim, eu me amarro em vir aqui, o primeiro campeonato profissional que eu ganhei foi aqui e isso me motiva muito sempre voltar para Ubatuba”, festejou Simão Romão. “Tem altas ondas aqui e estou muito feliz. Queria muito ganhar esse campeonato para dedicar ao meu filho (Pedro) que acaba de nascer, mas o terceiro lugar está bom. No ano que vem eu vou treinar bastante, vou batalhar muito para ganhar um WQS, meu maior objetivo no ano que vem”, prometeu. E esse é o mesmo objetivo do australiano Rhys Bombaci. “Para mim esse campeonato foi muito legal, esse lugar é muito lindo, só que eu não tive muita sorte hoje, estava um pouco inconsistente e eu não consegui achar uma segunda onda boa para passar para a final. Mas, esse é o primeiro ano que eu corro o WQS, estou terminando ele bem e espero que no ano que vem eu tenha uma excelente performance e consiga um lugar entre os 15 que sobem para o WCT”, deseja Bombaci, que acabou tirando as chances do carioca Leonardo Neves confirmar sua entrada na elite mundial no ONBONGO PRO SURFING 2006. A UM PASSO DO PARAÍSO – Ele poderia garantir seu nome no WCT de 2007 se passasse mais uma bateria no domingo decisivo do ONBONGO PRO SURFING 2006, mas o australiano praticamente definiu a vitória em sua primeira onda, uma longa direita que valeu nota 8,67, deixando o brasileiro à um passo do paraíso. “Minha primeira onda achei que ia ser boa, mas acabou enchendo, ele ficou com a prioridade, teve um pouco mais de paciência e acabou abrindo com uma onda muito boa que foi a onda da bateria”, lamentou Léo Neves, que não conseguiu atingir a barreira dos 9.000 pontos, que garante a classificação para o WCT. Mas, com a quinta colocação em Ubatuba ele passou a totalizar 8.790 pontos e segue com grandes chances de carimbar sua entrada nas duas provas que vão fechar a temporada no Havaí. “Com certeza. Não sei como é que está a briga, quem são as pessoas que têm chance, mas sei que tenho a minha e vou agarrar com unhas e dentes essa oportunidade. Espero conseguir trocar os dois resultados de 900 pontos que eu tenho para trocar lá para garantir minha vaga no Havaí”, promete Léo Neves. VAGA CONFIRMADA NO BRASIL – O pernambucano Bernardo Pigmeu também foi barrado nas quartas-de-final do ONBONGO PRO SURFING 2006, pelo carioca Simão Romão, mas já havia confirmado seu nome na elite mundial do WCT 2007 no sábado na Praia de Itamambuca. “Esse campeonato já está marcado na minha história, foi onde eu consegui minha classificação, estou superfeliz com o resultado aqui, apesar de que eu queria ir mais longe para melhorar minha posição no ranking. Mas, eu não consegui bater o Simão, que está empolgado, tendo grandes resultados neste ano, mas com certeza estou bem satisfeito com o campeonato”, disse Bernardo Pigmeu, que confessou não ter planejado nada concretamente ainda para o ano que vem. “Se eu te falar que a ficha nem caiu ainda velho, mas já estou pensando na programação para esta nova fase da minha carreira. Quero ver se vou um pouco antes para a Austrália e estender minha estadia no Havaí para treinar um pouco mais lá. Estou começando a me programar aos pouquinhos, mas por enquanto é até difícil acreditar que eu já confirmei o WCT aqui no Brasil e vou poder ir para o Havaí mais relaxado, só preocupado em surfar bem aquelas ondas”, vibra Bernardo Miranda, o segundo brasileiro 100% garantido na elite mundial do WCT 2007, já que o primeiro foi o paulista Adriano de Souza. GARANTIDOS NO WCT 2007 - Já atingiram a marca de 9.000 pontos no ranking do WQS e estão confirmados no WCT de 2007 o francês Jeremy Flores (1º lugar), os australianos Michael Campbell (2º), Dayyan Neve (5º), Josh Kerr (6º), Troy Brooks (7º) e Ben Dunn (8º), os sul-africanos Ricky Basnett (3º) e Royden Bryson (4º), o norte-americano Gabe Kling (9º) e agora o brasileiro Bernardo Pigmeu (9º). O cabo-friense Victor Ribas (11º) está muito próximo disso, pois já tem 8.970 pontos computados, com o carioca Leonardo Neves (12º), o catarinense Neco Padartz (13º) e o gaúcho Rodrigo Dornelles (15º) também aparecendo na lista provisória dos quinze surfistas que estão se classificando para o WCT do ano que vem pelo ranking do WQS. TÍTULO SUL-AMERICANO – Três surfistas chegaram no domingo decisivo do ONBONGO PRO SURFING 2006 com chances de ser campeão sul-americano, mas ninguém conseguiu ultrapassar o alagoano Marcondes Rocha, que foi consagrado como número 1 das etapas promovidas pela ASP South America neste ano no Brasil. O primeiro a cair foi o pernambucano Bernardo Pigmeu, que perdeu o confronto brasileiro contra o carioca Simão Romão, que precisava chegar na grande final em Ubatuba, porém foi barrado na semifinal pelo paulistano Renan Rocha. O outro candidato era o carioca Leonardo Neves, que foi eliminado pelo australiano Rhys Bombaci nas quartas-de-final e precisava vencer o campeonato para superar o alagoano Marcondes Rocha. Com apresentação da Nova Schin, o ONBONGO PRO SURFING 2006 tem a marca Onbongo como principal patrocinador, além do Governo do Estado de São Paulo e Prefeitura Municipal de Ubatuba; co-patrocínio das lojas de surf KYW, Potencia, Surf Trip, Tent Beach, Krokodilu’s, Surf X-Press, Island Shore, Econos, Gati, Barragge, Sunset, Ophicina e Dimarck-D2 e apoio da Local Motion, Itamambuca Eco Resort e Sociedade Amigos de Itamambuca (SAI). O último evento com nível máximo 6 estrelas do WQS 2006 antes das finais no Havaí é uma realização da ASP South America, tem homologação da Association of Surfing Professionals (ASP) e apoio da Federação Paulista de Surf (FPS), Associação Ubatuba de Surf (AUS) e Confederação Brasileira de Surf (CBS). Divulgação: SPORTV, Revista Fluir, Rádio 89 FM e ao vivo pelo site Waves/Terra.
|