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Ciência e Tecnologia
13/11/2006 - 19h51
Fusão internacional
Thiago Romero - Agência FAPESP
 

A terça-feira (7/11) foi de festa para a física brasileira. O motivo foi a formalização da Rede Nacional de Fusão (RNF), em cerimônia no Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP) com a presença do ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende.

Entre os objetivos da rede está promover o avanço dos experimentos em fusão nuclear controlada no país e poder participar de projetos colaborativos internacionais. A RNF será formada por 15 instituições de pesquisa, abrigando inicialmente 70 cientistas. A coordenação ficará por conta da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen).

Uma das metas da rede é inserir pesquisadores brasileiros nos estudos com o Reator Termonuclear Experimental Internacional (Iter, na sigla em inglês), que será construído na França e tem colaboração de países da Comunidade Européia, Estados Unidos, Japão, Rússia, China, Índia e Coréia do Sul.

"Essa é uma iniciativa de grande vulto, por ser o primeiro protótipo em todo o mundo voltado para a energia de fusão. É fundamental que o Brasil participe desse projeto e vem daí a importância da RNF, pois dificilmente apenas um laboratório conseguiria atingir esse objetivo", disse Rezende.

Para o ministro, com a criação da rede a participação no Iter deverá ocorrer de forma gradual. "O intuito é eventualmente criar um Programa Nacional de Fusão Nuclear", disse. Segundo ele, até o fim do ano será aportado no Cnen R$ 1 milhão para a implementação da rede e custeio das primeiras atividades de pesquisa conjunta entre as instituições participantes.

"De acordo com o andamento dos trabalhos, serão lançados editais de financiamento a projetos que atendam necessidades específicas da rede", disse Rezende à Agência FAPESP.

Tecnologia inesgotável

A fusão nuclear controlada é um processo que pode ser utilizado para a produção de energia elétrica. Em vez do núcleo de átomos pesados, como ocorre nos reatores nucleares convencionais baseados na fissão nuclear, são fundidos dois átomos considerados leves (deutério e trítio, dois isótopos do hidrogênio). Com a fusão desses são produzidos átomos de hélio, responsáveis pela geração de energia.

"É assim, por exemplo, que é produzida a energia do Sol e das estrelas. A grande questão é que, para fazer esses núcleos reagirem, gasta-se uma quantidade muito grande de energia, pois eles têm cargas positivas e se repelem. No caso das estrelas, isso ocorre graças à potência da energia gravitacional", disse Ricardo Galvão, diretor do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), à Agência FAPESP.

"Entende-se por fusão nuclear, para a produção de energia elétrica, o aquecimento do deutério e do trítio em temperaturas altíssimas, superiores a 600 milhões de graus centígrados", explica Galvão. Segundo o físico, apesar de ser uma técnica que teve sua viabilidade científica comprovada na década de 1990, ainda é muito difícil fazer a fusão nuclear em laboratório. "Mas já sabemos muito bem como fazer e, por isso, queremos participar ativamente do Iter", disse.

Para Galvão, a grande vantagem da técnica de fusão nuclear é seu potencial para tornar-se uma fonte inesgotável de energia, uma vez que o deutério é extraído da água e o trítio do solo.

"As pesquisas sobre o assunto começaram há mais de 50 anos, mas é importante ressaltar que estamos iniciando um processo que poderá trazer benefícios diretos para o Brasil em, no mínimo, 30 anos. Para que uma nova fonte energética entre em operação será necessário, antes de mais nada, a criação de condições econômicas capazes de abrigá-la", afirmou Galvão.

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