Observar em que o aluno tem dificuldade é a melhor maneira de a recuperação funcionar
Fim de ano na escola é sempre a mesma história: alguns alunos já estão em contagem regressiva para as férias e outros estão preocupados com as notas e precisam correr atrás do tempo perdido nessa reta final. A saída, nesses casos, é a famosa recuperação. Mas será que ela funciona de fato? "A recuperação isolada não funciona. É necessário observar qual a dificuldade desse aluno, onde está o ponto em que ele deve melhorar. Se no começo do ano letivo observamos que o aluno tem dificuldades, fazemos um acompanhamento contínuo", destaca a diretora do Colégio Martinus Portão, Débora Loepper Borges. A nota final, segundo a diretora, tem muito a ver com a metodologia de ensino utilizada pelo Colégio. "Quando a escola apenas trabalha a informação pela informação, o aluno fica com poucas opções. O colégio que usa mais autores e mais fontes faz com que o aluno se aproprie do conhecimento, ele passa a dar a sua opinião, torna-se um autor e acaba aprendendo melhor". Segundo a professora Débora, a aprendizagem de um conteúdo passa por três fases: atitudinal (que é a postura do aluno), conceitual (a matéria em si) e procedimental (saber fazer). "Se os três não estão ligados, o aprendizado fica prejudicado. Por isso, é necessário detectar em qual fase está o problema. Às vezes o aluno está com dificuldade em se organizar e não em aprender", diz. Um fator fundamental para que a criança e o adolescente tenham uma vida escolar satisfatória é o acompanhamento e o diálogo da família. "Se a família não acompanha, será pega de surpresa quando ver o boletim. A família atenta toma providência antes", ressalta a pedagoga. A comunicação entre escola e família também deve ser mantida sempre. "O colégio não deve apenas chamar os pais dizendo que o filho tirou nota baixa: a instituição tem o papel de ensinar e identificar o problema. Os pais também podem, de tempos em tempos, marcar um horário e conversar. Não se deve esperar o problema chegar para fazer isso", salienta. O ideal é que a família demonstre interesse pela vida escolar do filho, e não apenas cobre. "Estabelecer um canal de confiança e procurar ser sincero, é fundamental. Deve-se mostrar que você está ali para ajudá-lo, por isso, tente criar uma parceria com ele", enfatiza a diretora. Se mesmo com a recuperação o aluno acaba repetindo o ano, o melhor é, tanto por parte do pai quanto do filho, aceitar a situação e ver o que se pode aprender com a situação. "Não é algo agradável, mas vemos muitos pais dizendo que é a melhor solução. É preferível aprender agora do que ter dificuldades mais adiante", frisa. Rotina Como um dos principais problemas é a organização na hora de estudar, a pedagoga dá algumas dicas para criar uma boa rotina de estudos: - Ver um horário em que a criança/adolescente se sinta melhor durante o dia - Combinar esse horário com os pais, ou seja, escolher um horário coerente - Reservar de 20 a 40 minutos para estudar cada disciplina - Revisar a matéria que viu em sala de aula - Procurar sempre o professor quando surgirem dúvidas - Organizar uma agenda - Não é necessário abrir mão de fazer o que se gosta, é só conciliar o lazer com os estudos
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