Especialista explica quais os casos mais freqüentes e adverte: embora a população esteja mais consciente de seus direitos, ainda comete exageros nas denúncias.
Dados do CREMESP - Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, apontam um crescimento de cerca de 70% no número de denúncias contra médicos. O estudo foi registrado no ano passado, em comparação aos últimos cinco anos. Em 2000, foram apresentadas 2130 denúncias. Já no ano de 2005, o CREMESP registrou 3660 casos. Segundo o médico e advogado, Dr. Nélson Figueiredo Mendes, os brasileiros estão mais conscientes de seus direitos. Entretanto, ainda são muitos os erros de interpretação no que se refere à prática médica. Para prevenir eventuais litígios entre pacientes e médicos ou entre pacientes e hospitais, o especialista lançou o livro: "Responsabilidade Ética, Civil e Penal do Médico", uma literatura voltada, principalmente, aos médicos e advogados. Ele ressalta que as principais denúncias são: a imperícia, a imprudência e a negligência. Imperícia - significa a falta de conhecimento técnico, ou seja, falta de habilidade para tal procedimento; Imprudência - Trata-se de uma atitude exagerada. Algo que o médico realize a mais do que seja considerado razoável, podendo causar algum dano ao paciente; Negligência - Trata-se de uma omissão por parte do médico, diante de uma situação. O especialista ressalta que, a obrigação do médico é a de meio e não a de resultado, ou seja, ele deve fazer tudo o que estiver ao seu alcance para a boa evolução do paciente, porém, nem sempre poderá garantir que o resultado seja favorável. "Tudo depende da doença em questão e das condições do paciente. Ou seja, mesmo que ele faça tudo o que for possível, não poderá garantir o resultado", explica. Em alguns casos, a jurisprudência considera a obrigação de resultado, como por exemplo, as cirurgias estéticas, em que o paciente deve sair em condições melhores. "É importante que as pessoas tenham discernimento na hora de julgar se houve ou não erro médico. Afinal, todos nós estamos sujeitos a ficar doentes, ou até mesmo, termos uma recaída", afirma Dr. Nélson.
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