Somos todos eternefêmeros diluindo-nos nas vagas vagas do tempo. E a poeira dos museus sepultará nossos novos inventos, e embalsamarão nossos heróis em anônimos monumentos, e velarão nossos sonhos em seus futuros leitos, e expulsarão nossas dores de seus modernos peitos, e minha língua morta guardará este poema em segredo, e mesmo estas páginas se esfacelarão nos dedos, e mesmo este computador se tornará obsoleto, e mesmo os poetas sofrerão a erosão do vento que agita as vagas vagas do tempo que nos dilui, pois somos todos eternefêmeros.
Nota do Editor: Marcio Juliboni é jornalista, cobre Economia e Negócios no portal Exame. Trabalhou no serviço de notícias online, "Panorama Setorial", do jornal Gazeta Mercantil, na Agência Estado e em várias revistas segmentadas. Iniciou a carreira na grande imprensa em 2000.
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