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Poesias
13/01/2007 - 18h12
Cadê o Brasil, pqp!
Fábio de Lima
 

Cadê o Brasil, puta que pariu! Cadê o Brasil, puta que pariu! Cadê o Brasil, puta que pariu!

Matem os gênios! Matem os artistas! E matem os outros! Que outros?

Eu sou paulistano, brasileiro, latino-americano. Eu sou ser humano. Sou louco – sou insano.

Cuidado: estou armado! Nas mãos uma caneta e na cabeça um monte de sonhos.

Eu não sou político. Sou inocente. Como diria Waldik Soriano: eu não sou cachorro não! Meu país é uma farsa, mas a bandeira disfarça toda e qualquer frustração. Ilusão!

Saia da frente e não olhe para os lados. Todo cuidado por ser pensador. Leia besteiras, escute besteiras, assista besteiras e viva feliz. A Globo hipnotiza o nosso país. Que porra, não morra sem assistir ao Big Brother! Que porra, não morra sem escutar Ivete Sangalo! Que porra, não morra sem ler o gibi da Xuxa!

Feche os olhos e bata asas como uma galinha. Feche os olhos e mergulhe no mar como um jumento. Feche os olhos e goze sincero como uma vagabunda. Eu vou para Brasília vender pamonha, churrasquinho ou cocaína – tanto faz. Eu vou para não voltar nunca mais. Eu quero ser feliz agora e não só no futuro. Cadê?! Cadê?! Cadê?!

Saia de trás dessa mesa de escritório. Saia de cima desse divã de consultório. Saia dessa pequenez de idéias e atribulações. Chega de mentiras! Chega de sistemas políticos! Chega de siglas! Cansei de ser otário e preciso de dinheiro para comprar uma cueca nova. Também quero dinheiro para levar minha filha, de 5 anos, num circo de verdade. E se sobrar algum dinheiro ainda preciso pagar o carnê daquela loja que vende tudo em mil vezes sem juros.

Cadê meu remédio de tarja preta? Cadê a escola que o político meu amigo falou? Cadê a rua asfaltada, iluminada e com uma pracinha do lado, que o político meu amigo falou? Cadê o posto de saúde que o político meu amigo falou? Amigo de puta é dinheiro! Goza em cima do meu voto – mas minha boca você não cala!

Eu que gosto de olhar o mar. Eu que gosto de olhar a mata. Eu, uma mistura de índios com portugueses. Eu que, às vezes, brinco de ser poeta. Eu que não sou pateta. Eu que brinco de ser jornalista. Eu que amo ser artista. Eu que não tenho Cicarelli no nome. Eu que não sou uma bunda ou uma garrafa. Eu que não uso silicone. Eu que não estou na telinha. Eu que não tenho ódio – apenas penso, sonho e quero viver em paz. Cadê?!

Eu sou paulistano, brasileiro, latino-americano. Eu sou ser humano. Sou louco – sou insano.

Matem os gênios! Matem os artistas! E matem os outros! Que outros?

Cadê o Brasil, puta que pariu! Cadê o Brasil, puta que pariu! Cadê o Brasil, puta que pariu!


Nota do Editor: Fábio de Lima é jornalista e escritor ou “contador de histórias”, como prefere ser chamado. É Diretor de Programação da CINETVNET (www.cinetvnet.com.br), TV pela internet. Está escrevendo seu primeiro romance, DOCE DESESPERO.

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