Mais números de 2006 saindo!
A Fundação Getúlio Vargas divulgou logo no início de 2007 os números do IPC-3, Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade, que é a inflação medida entre os itens mais utilizados pelos idosos do nosso país. O valor acumulado do ano foi de 2,26%, enquanto a inflação ao consumidor geral ficou nos 2,06%, no mesmo período. Nesse caso, aumentos nos serviços de saúde têm um maior peso em relação à medida da inflação das famílias em geral. Isso mostra como os brasileiros da terceira idade, depois de muito trabalhar para ter uma vida digna e tranqüila durante a aposentadoria, têm muita dificuldade para conseguir um serviço de saúde barato e eficiente. Com o serviço público, é difícil contar. As filas e a espera por uma consulta ou um exame minam ainda mais a saúde de quem já quase não a tem. Muitas medicações, que teriam de ser distribuídas pelos postos de saúde gratuitamente, vivem em falta. Há pouquíssimos exemplos de locais onde a saúde pública funciona como deve ser. Quando o idoso tem mais condições financeiras, pode apelar para os convênios médicos. Mas o que seria uma solução, muitas vezes acaba servindo como uma fonte de dor de cabeça para o associado. Uma regra que deveria ser praticada por toda empresa é: Tratar bem o seu cliente para não perdê-lo para a concorrência. Infelizmente, no ramo dos convênios médicos, isso nem sempre acontece. Um exemplo real: Um paciente de 87 anos, com dificuldade de locomoção, tem uma solicitação para realizar um exame chamado Ecocardiograma com Doppler, uma espécie de ultra-sonografia do coração. O convênio do paciente não autorizou o procedimento porque o médico não colocou a palavra "colorido" na solicitação médica e o hospital para onde o paciente se dirigiu só realizava o exame colorido. Isso "inviabilizava a sua autorização". O que dizer a um paciente nessas condições? Pois o paciente teve de marcar o seu exame para uma data posterior a fim de ter tempo de pegar um pedido "mais completo" com o seu médico. Quanta diferença fez essa palavrinha, não? Os mais de R$ 600 que ele paga ao convênio médico por mês não foram suficientes para cobrir um exame que não vai ter um custo final maior do que R$ 200 sem a necessidade de ter um "pedido médico mais completo". Nota do Editor: Cláudio Boriola é Consultor Financeiro, Conferencista, Escritor, Especialista em Economia Doméstica e Direito do Consumidor. Presidente do Grupo Boriola, empresa criada há mais de treze anos com atuação no mercado nacional e internacional. Autor dos livros: Paz, Saúde e Crédito, Práticas da Negociação, Vida Financeira Saudável e de Um Tostão a um Milhão, autor do projeto para inclusão da disciplina Educação Financeira nas escolas brasileiras.
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