Karen Wilson      Armando Daltro no Billabong Pro, Jeffreys Bay.

As ondas em Supertubes amanheceram perfeitas com 1,5 metro de altura, mas um forte vento entrou durante o dia e forçou os organizadores a paralisar a competição após a 11ª bateria, que foi vencida pelo paranaense Peterson Rosa. Além dele, mais cinco brasileiros já disputaram a repescagem do Billabong Pro e a outra única vitória foi conquistada pelo carioca Raoni Monteiro. Só o catarinense Neco Padaratz e o potiguar Marcelo Nunes ainda não competiram por estarem nas últimas baterias que acabaram sendo transferidas para às 7:30 horas desta quinta-feira na África do Sul, com toda a ação sendo transmitida com vídeo e locução especial em português pelo www.billabongpro.com. Os convidados mais uma vez aprontaram em Jeffreys Bay, com o sul-africano Sean Holmes e o australiano Bede Durbidge derrubando seus adversários nas primeiras baterias realizadas na quarta-feira. Os dois agora vão enfrentar na terceira fase os grandes favoritos ao título do Billabong Pro, Andy Irons (HAV) e Kelly Slater (EUA), respectivamente. Nos dois últimos anos, Holmes ganhou o confronto contra o bicampeão mundial.

Já os brasileiros começaram no mesmo ritmo do primeiro dia, ou seja, sendo derrotados um atrás do outro. O primeiro a cair foi o baiano Armando Daltro, que só conseguiu marcar 10,34 pontos contra 15,17 pontos do australiano Daniel Wills na quarta bateria do dia. Na quinta, o niteroiense Guilherme Herdy foi facilmente batido pelo norte-americano Shane Beschen por 14,34 x 7,90 pontos. E na sexta, o outro brasileiro mais bem colocado no ranking do WCT 2004, o pernambucano Paulo Moura, que dividia a 13ª posição com Herdy, também acabou eliminado pelo sul-africano Greg Emslie, mas essa disputa foi mais acirrada e o placar comprova isso: 13,83 x 12,00 pontos.

"O Paulo é sempre um adversário muito difícil e eu somente tentei aproveitar essa sessão extra em J-Bay", disse Emslie, que no último domingo assumiu a liderança isolada no ranking do WQS (World Qualifying Series). "É muito bom competir em casa, porque a torcida definitivamente joga você pra cima. Estou muito feliz pela classificação", completou o sul-africano.

A PRIMEIRA VITÓRIA - Depois de uma bateria, o Brasil voltou ao mar e a sina das derrotas parecia continuar com o cabo-friense Victor Ribas sendo despachado por uma pequena diferença pelo australiano Chris Davidson: 12,50 x 11,83 pontos. Mas, na disputa seguinte o carioca Raoni Monteiro salvou a pátria com uma bela apresentação contra o californiano Pat O’Connell, derrotando-o por 14,66 x 12,60 pontos. "Eu estou realmente muito contente com essa vitória", começou Raoni, logo após conquistar o primeiro triunfo brasileiro no Billabong Pro de Jeffreys Bay.

"Todos sabem que o Pat é um bom surfista e um grande profissional, assim esta foi uma grande bateria para mim. Eu sinto que estou melhorando a cada etapa. Como este é o meu primeiro ano no WCT, ainda estou em fase de aprendizagem. As duas últimas competições eu não fui bem, pois era a primeira vez que eu competia no Tahiti e Fiji, mas este já é o terceiro ano que surfo aqui em J-Bay, minha esposa está aqui comigo, grávida de 7 meses, então está tudo perfeito na minha vida", falou Raoni, que já sabe que vai disputar uma vaga nas oitavas-de-final contra o australiano Michael Lowe na terceira rodada.

A vitória de Raoni parece ter contagiado os brasileiros e o paranaense Peterson Rosa também garantiu passagem para a terceira fase na bateria que acabou sendo a última da quarta-feira na África do Sul. Com notas 6,50 e 6,47, o tricampeão brasileiro despachou o australiano Darren O’Rafferty por 12,97 x 11,10 pontos. O Brasil ainda tem mais duas chances de classificação na repescagem. O catarinense Neco Padaratz pega o norte-americano Cory Lopez na 14ª bateria, a terceira das que foram transferidas na quarta-feira, e o potiguar Marcelo Nunes enfrenta o australiano Michael Campbell no confronto seguinte.

IRONS X HOLMES - No terceiro dia de disputas nas longas direitas de Jeffreys Bay também deverá ser iniciada a disputa pelas vagas nas oitavas-de-final do Billabong Pro 2004. Algumas baterias já estão definidas, como a quinta entre Michael Lowe e Raoni Monteiro, a oitava entre Andy Irons (HAV) e Sean Holmes (AFR) e a nona envolvendo Kelly Slater (EUA) contra Bede Durbidge (AUS). Nos dois últimos anos, o jovem sul-africano despachou o bicampeão mundial justamente nessa fase. Holmes venceu o primeiro confronto da quarta-feira em Jeffreys Bay vingando a derrota sofrida para o californiano Taylor Knox nas oitavas-de-final do ano passado e agora volta a enfrentar o número 1 do mundo.

"Eu não sei se eu realmente peguei bem ou se foi ele que não pegou nada", disse Holmes, da vitória sobre Taylor Knox. "Eu acho que tive mais sorte, mas minha próxima bateria contra o Andy vai ser muito excitante e eu estou definitivamente a fim de infernizar mais uma vez. Ele está muito confiante neste momento do circuito, tem conseguido bons resultados e sempre entra para ganhar, assim eu não acho que ele sinta muita pressão. Eu estou somente planejando escolher bem as ondas e surfar o melhor que posso", falou o carrasco do bicampeão mundial Andy Irons em J-Bay.