Ondas gigantes proporcionam bom treino para os brasileiros no primeiro swell do ano
| Eduardo Cassol |  | | | Haroldo Ambrosio. |
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Entre os dias 23 e 24 de janeiro, a ilha de Maui, no Hawaii, recebeu a primeira grande ondulação do ano. Ondas que variavam de 30 a 40 pés de face quebraram sem parar no famoso pico de Jaws, considerado um dos mais difíceis e perigosos do mundo. Para surfar essas ondas oceânicas, somente surfistas preparados e bem treinados. Entre o grupo de brasileiros que despencaram ladeira abaixo, se encontra Rodrigo Koxa, que tem se dedicado ao máximo para alcançar o seu objetivo. Aos 27 anos de idade, Koxa, ao lado de vários brasileiros, viu de perto o poder dessas ondas. "Esse último swell foi alucinante. Perdi as contas de quantas ondas eu peguei. Jaws está começando a mostrar o seu potencial e isso não tem preço. Agradeço a energia desse local", vibra o surfista radicado no Guarujá, São Paulo, que já espera mais uma ondulação. "Hoje (dia 29), já está grande e com muito vento, mas o maior dia será nesta terça-feira. É adrenalina total", avisa o big rider. Em companhia de seus amigos, ele comemora as boas ondas. "A galera marcou presença no melhor estilo. Foram dois dias de surf de muita qualidade, os melhores da temporada até então. Todos os brasileiros presentes fizeram seu papel, apesar do crowd". Entre eles estavam Romeu Bruno, Jorge Pacelli, Haroldo Ambrósio, Carlos Burle, Eraldo Gueiros, Chico Prado, North Shore, Yuri Soledade, Daniks Fischer, Alfredo Villas Boas, De da Barra, Cantone, Alexandre Haigaz e Andrea Moller. Quem também festejou e muito as grandes ondas de Jaws foi Jorge Pacelli, 42 anos. "Estávamos esperando por esse swell há um tempão. Graças a Deus, ele chegou para alegrar a todos. Foi bem legal", disse o guarujaense. Romeu Bruno, pioneiro na modalidade entre os brasileiros, endossa a opinião do amigo. "Esse swell serviu para aquecer a galera. Agora estamos na expectativa para essa próxima ondulação que já está chegando", comenta o surfista que também acumula 42 anos de idade. Para encarar o trânsito de jet-ski e manter a segurança, foi necessário organizar quem é que ia primeiro nas ondas. "Jaws já está um pouco saturado. Tinha muita gente na água, mas os brasileiros estão se reunindo e esquematizando uma ordem de prioridade de acordo com a chegada no outside", explica Rodrigo. "Às vezes rola um estresse quando chega a série, mas a galera tem conversado no espírito de amizade, que é a real raiz do surf. Estão todos conscientes e priorizando algumas regras". Devido à dedicação de cada um deles e a vontade de superar as ondas de Jaws, os resultados positivos são visíveis. "Estamos bem focados nesta onda. Na minha opinião, os brasileiros foram os melhores dentro da água nesse último swell. Em cada temporada, percebo que eles estão mais focados no tow surf", analisa Koxa, reconhecendo o valor de cada um. "Tenho visto ondas boas da galera toda. Entre os que se encontram aqui, são, com certeza, uma grande fatia dos melhores surfistas de tow-in do Brasil". Disposto a fazer parte desta seleta lista, Rodrigo Koxa vem recebendo orientações do mestre Romeu Bruno. "Romeu é o mais experiente de todos nós e sabe se impor diante do trânsito de jet-ski na hora de me puxar para entrar na onda. Temos treinado bastante e abraço essa oportunidade com muita dedicação para fazer jus à experiência que ele já tem", promete feliz com a fase que está vivendo. "Estou amarradão por fazer parte dessa nata de big riders brasileiros. Sempre quis isso, estar surfando constantemente nessas ondas e ainda mais com essa galera black trunk".
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