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SEÇÃO
Economia e Negócios
09/02/2007 - 15h23
Quando o dólar vai parar de cair?
Pedro Trabbold Júnior
 

Qual a nossa opinião sobre a tendência da taxa de câmbio? Esta é a pergunta recorrente que fazem muitos clientes da nossa corretora de câmbio, a B&T Associados Corretora de Câmbio. Nós não externamos nossa opinião a respeito, mas oferecemos uma análise das bases da política econômica brasileira do momento para ajudá-los a compreender a complexidade do problema.

Mesmo aparentando uma dualidade de conceitos entre Ministério da Fazenda e Banco Central, o certo é que o Bacen pauta suas decisões sobre juros em cima de sua meta de inflação, sem sofrer nenhum tipo de reação da parte do Presidente da República. Afinal, este está ciente de que inflação baixa é a melhor arma em sua política assistencialista, é a melhor defesa do bolso do trabalhador.

De outro lado, o governo está ciente de que câmbio flutuante está embasado na melhor teoria de mercado, cuja lei régia é a da oferta e da procura. Por deficiência político-econômica do país, não acompanhamos neste meio lustro o crescimento global ficando atrás com um mísero crescimento do PIB. A nossa oferta está aquém da procura mundial, mas muito além da procura interna de bens, e, portanto vendemos muito mais que compramos. Criou-se um movimento nunca antes visto neste país: um ingresso de divisas estrangeiras muito além dos gastos internacionais. Como a oferta de moeda estrangeira tem sido constantemente maior que a procura, a taxa de câmbio tem caído com relação às moedas fortes.

Por que o Banco Central não intervém para "segurar" a taxa de câmbio? O Tesouro Nacional tem uma dívida interna que já ultrapassou um trilhão de reais, pela qual paga os maiores juros do mundo. Gastar mais dinheiro ao custo de 13,5% ao ano para investir dólares rendendo 5% ao ano já foi feito e o país hoje detém um saldo em conta corrente no exterior de US$ 100 bilhões, com mais ou menos US$ 20 bilhões acima de sua dívida externa, cujos juros devedores excedem os juros credores. O Banco Central não pode mais comprar dólares no mercado de câmbio sem aumentar nossa dívida interna, perdendo a capacidade de acelerar a queda dos juros básicos, pois quanto maior a dívida em moeda nacional maior é a taxa de juros requerida pelo mercado.

E o câmbio vai continuar assim até quando? Apesar de sabermos que uma demanda mundial alavanca uma parte da nossa economia, coopera com a baixa da inflação porque compramos no exterior a preços mais baixos que os nacionais, mas enfraquece nosso parque industrial de bens de consumo, o que força a exportação de muitas fábricas e investimentos para os países que se aproveitam da demanda mundial, respondemos que a tendência de queda da taxa de câmbio vai continuar:

· Enquanto houver uma demanda mundial atrás de nossas matérias-primas e nossa agroindústria, puxada hoje pelos emergentes Rússia, China, Índia e demais asiáticos, demanda essa aquecida pelos Estados Unidos, tendo o Japão acordado de seu sono de 10 anos e apesar de a Europa se debatendo com a valorização de seu euro como nós com nosso pobre real.

· Enquanto o governo brasileiro não tiver coragem de cortar na carne seus gastos de custeio, aumentando a cada minuto nossa dívida interna.

· Enquanto o governo brasileiro não enfrentar nosso déficit previdenciário, para poder investir e cortar aquele outro custo assombroso, o chamado "custo Brasil".

· Enquanto isso, vamos rezar para todos os Santos para continuar a demanda mundial ou nos resignarmos de que fomos condenados, como Sísifo da mitologia grega, a empurrar uma pedra até o cume da montanha e quando atingido o cume, ela volta devido ao seu próprio peso às bases da montanha para que Sísifo volte a empurrá-la montanha acima, até...


Nota do Editor: Pedro Trabbold Júnior é gerente da filial de São Paulo da B&T Associados Corretora de Câmbio Ltda. Há 50 anos no mercado de câmbio, foi diretor de câmbio no Banco BCN em São Paulo e Nova York.

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