A Folha de São Paulo publicou matéria sobre as praias do Litoral Paulista (Folha C-4 – Cotidiano de 04-02-07). No estudo, elaborado por cientistas e ambientalistas, consta que, 18 (dezoito) praias do Litoral Paulista são classificadas de “ALTO RISCO” de desaparecimento. Cinco ou 26,6% são do município de Ubatuba. O Litoral possui 13 (treze) municípios. Ubatuba está sendo premiada com mais esse record. Por que será?. São elas: 1 – Barra Seca; 2 – Praia Grande; 3 – Toninhas; 4 – Fortaleza; 5 – Tabatinga. O estudo nada fala das que já desapareceram, parcial e totalmente, como: Itaguá, Perequê-Mirim, Saco da Ribeira etc. Uma frase é reveladora: “Quando o nível do mar sobe, as águas empurram a praia para o continente. Se ela encontra uma mureta, entra em desequilíbrio, acaba sumindo” (Célia Regina de Gouveia Souza). A frase aplica-se à: Praia Grande, Iperoig, Toninhas, Enseada etc. Agora, a Prefeitura, está colocando, nessa relação, a Praia do Perequê-Açu. (ver: “De olho em Ubatuba - 08/02/07”). Os crimes ecológicos e econômicos praticados, na Praia Grande, contra a Praia e o Município de Ubatuba, iniciaram-se, em 1984-1985. Em menos de 25 anos a praia foi levada para a UTI da sobrevivência. Até quando sobreviverá se não forem removidos os obstáculos que a levaram à situação em que se encontra? O processo seguido, na Praia Grande, está sendo copiado no Perequê-Açu e em outras praias, de modo inaceitável e contrário a todos os interesses da comunidade e da cidadania. Na propalada reforma da Av. Abreu Sodré, a PREFEITURA, comandada pelo Sr. Eduardo de Souza César, estreitou, em três pontos, o leito carroçável da Avenida para desviar dos quiosques que se encontram sobre a areia da praia. Na qualidade de cidadão qualifico, como improbidade administrativa, absurdo, desrespeito à sociedade, o ato praticado pela Prefeitura. Os interesses particulares não podem prevalecer sobre os públicos. Os quiosques não podem atrapalhar a praia e o trânsito. Cabe à sociedade reagir contra esses desmandos para que em vinte anos, a Praia do Perequê-Açu, não se encontre em situação pior que a sofrida pela Praia Grande. Outras praias do município estão sofrendo invasão, na sua área de marina, sob olhar complacente e omisso dos poderes constituídos. Supostamente, em alguns casos, parece existir cumplicidade desses poderes. Nesses absurdos não podemos esquecer a remoção da AMENDOEIRA, a favela criada na Av. Iperoig, com FEIRA HIPPIE, carrinhos de lanches, vendedores de produtos diversos etc. etc. Que podemos esperar de quem tentou impor o mostrengo da cobertura, da Feira Hippie, pela força, em área de marina? O alerta que aqui estamos registrando é dado por cientistas de fama renomada. O mundo está em pânico com o aquecimento global e o aumento dos níveis da água do mar. Não podemos ter comportamento de avestruz. É necessário que o poder público cumpra com seu dever e, o interesse público, prevaleça sobre interesses particulares, muitas vezes, egoístas, mesquinhos e escusos. Nota do Editor: Corsino Aliste Mezquita, ex-secretário de Educação de Ubatuba.
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