Paranaense conquistou a única vitória brasileira do sábado em Jeffreys Bay.
| Pierre Tostee |  | | | O brasileiro Peterson Rosa que disputará as oitavas-de-final em Billabong Pro, Jeffreys Bay. |
|
Pela segunda vez nesse ano, o paranaense Peterson Rosa se encontra com o hexacampeão mundial Kelly Slater nas oitavas-de-final e nas duas o norte-americano estava defendendo o título da etapa, ambas com o mesmo nome: Billabong Pro. A primeira foi no Tahiti e o tricampeão brasileiro foi liquidado logo nos primeiros minutos da bateria por dois tubos gigantes de Slater. Mesmo com o tornozelo contundido, Peterson foi o único brasileiro que conseguiu vencer na terceira fase realizada em boas ondas de 1,5 metro de altura do sábado em Jeffreys Bay, na gelada região do extremo Sul da África do Sul. A expectativa era de continuar a competição neste domingo, mas ela voltou a ser adiada porque as ondas amanheceram muito irregulares com no máximo 1 metro de altura. Agora, só é preciso de um dia com boas ondas para finalizar a prova que tem prazo até o dia 23 para ser encerrada e pode ser acompanhada online pelo www.billabongpro.com. O carioca Raoni Monteiro e o potiguar Marcelo Nunes não tiveram qualquer chance contra seus adversários e terminaram em 17º lugar na quinta etapa do ASP Foster’s World Championship Tour (WCT). No confronto mais esperado do dia, o número 1 do mundo Andy Irons vingou as eliminações sofridas nos dois últimos anos e desta vez conseguiu superar o sul-africano Sean Holmes para passar para as oitavas-de-final no Billabong Pro da África do Sul. Apesar da derrota de Holmes, os sul-africanos vibraram com a classificação de Greg Emslie, que vai representar o país nas oitavas-de-final. O novo líder do WQS despachou o australiano Taj Burrow na penúltima bateria do dia e vai disputar a última vaga para as quartas-de-final com outro surfista da Austrália, Toby Martin. Mesmo assim, graças ao seu enorme contingente na elite do surfe mundial, os australianos são maioria entre os dezesseis melhores surfistas do Billabong Pro 2004. As únicas exceções são o sul-africano Greg Emslie, o norte-americano Kelly Slater, os havaianos Andy Irons e Sunny Garcia e o brasileiro Peterson Rosa. O paranaense derrubou um deles, abrindo e fechando a décima bateria com uma nota 7 para superar o australiano Tom Whitaker por uma pequena diferença: 14,00 x 13,16 pontos. Ele entrou no mar logo depois do havaiano Andy Irons espantar a zebra Sean Holmes por 16,10 x 15,50 pontos e o campeão do Billabong Pro no ano passado, Kelly Slater, eliminar outro convidado, o australiano Bede Durbidge, por 15,60 x 12,83 pontos. Toda a imensa torcida que lotou a Baía de Jeffreys no sábado ainda estava na praia e viu o grande esforço de Peterson Rosa ser recompensado com a vitória, apesar da ótima onda surfada nos últimos segundos pelo australiano, que lhe rendeu nota 7,33, a maior da bateria. "Torci o tornozelo no mês passado no Brasil e está difícil para surfar, o médico até falou que não daria para competir, mas eu amo essa onda aqui de Jeffreys Bay e falei para o doutor que estava indo de qualquer jeito", contou o guerreiro Peterson Rosa. "Agora eu estou aqui, já venci duas baterias e acho que Deus está do meu lado. Eu escolhi as ondas certas e surfei bem. Minha próxima bateria vai ser contra o Kelly Slater e vai ser mais uma bateria muito dificil". O hexacampeão mundial e defensor do título do Billabong Pro aplicou longos floaters e curvas enormes nas ondas para derrotar o campeão das triagens Bede Durbidge, que preferiu investir nos aéreos e voou alto para levantar o público em Jeffreys Bay. Slater não quer projetar nada, mas não esconde seu desejo no campeonato: "Estou basicamente com a mesma prancha que venci aqui no ano passado e tenho ainda quatro baterias pela frente, mas o que eu desejo aqui é tentar vencer de novo". E no seu caminho está Peterson Rosa, o único brasileiro que ainda continua na disputa do título na África do Sul. O carioca Raoni Monteiro marcou a estréia do Brasil na terceira rodada, mas poucas séries entraram durante sua bateria que foi decidida na quinta e última apresentação de cada surfista. O juizes acharam que a do australiano Michael Lowe foi um pouco melhor e lhe deram nota 7,33. A do brasileiro valeu 6,17 e o placar acabou definido em 13,16 x 9,57 pontos. O potiguar Marcelo Nunes foi bem melhor e recebeu notas 6,5 e 7,0 em suas duas melhores ondas, mas não teve qualquer chance contra o experiente havaiano Sunny Garcia. O campeão mundial de 2000 foi primoroso na seleção das ondas e só escolheu as boas para liquidar a fatura com notas 8,17 na primeira e 8,23 na segunda das três ondas que pegou durante toda a bateria. A vitória foi por 16,40 x 13,50 pontos. Com as derrotas, Raoni e Marcelo terminaram em 17º lugar no Billabong Pro, com cada um recebendo 4.225 dólares de prêmio e marcando 480 pontos no ranking do WCT. Peterson Rosa já garantiu 5.000 dólares e 600 pontos por ter chegado nas oitavas-de-final. Já os outros brasileiros - Guilherme Herdy (RJ), Paulo Moura (PE), Victor Ribas (RJ), Neco Padaratz (SC) e Armando Daltro (BA) - não passaram pela repescagem e ficaram em 33º lugar, com 3.400 dólares e 288 pontos pela participação. Billabong Pro Jeffreys - Oitavas-de-final 01: Jake Paterson (AUS) x Luke Hitchings (AUS) 02: Mark Occhilupo (AUS) x Lee Winkler (AUS) 03: Michael Lowe (AUS) x Dean Morrison (AUS) 04: Andy Irons (HAV) x Richard Lovett (AUS) 05: Kelly Slater (EUA) x Peterson Rosa (BRA) 06: Joel Parkinson (AUS) x Nathan Hedge (AUS) 07: Sunny Garcia (HAV) x Shane Powell (AUS) 08: Greg Emslie (AFR) x Toby Martin (AUS)
|