Achando-se os vereadores contrariados com essas medidas e outras, passaram a hostilizar e rejeitar simplesmente qualquer projeto do Executivo, principalmente os projetos que Matarazzo considerava primordiais para a cidade. Daqui para frente formaram-se opositores na cidade e na Câmara, liderados pelos vereadores Benedito Santos, conhecido por Dito Futrica (falecido) e o Professor Jair Geraldo Lopes da Silva. Os demais oposicionistas eram: José Hercules Cembranelli (presidente da Câmara), Fiovo Frediani, Francisco Jonas da Cunha, José de Pinho (falecido), José Leandro das Dores (falecido) e Silvino Teixeira Leite (falecido). Os vereadores da situação eram: Washington de Oliveira (falecido), José Henrique dos Santos (falecido), Mario Celso Guizard Cembranelli e Maria das Dores Ballio Fava (falecida). Mas, quando faltavam mais ou menos dois anos para o término do mandato, os vereadores oposicionistas sentiram que o único compromisso do prefeito era mesmo com a cidade, aí terminaram as brigas. Dois meses depois, os oposicionistas procuraram o prefeito para se desculpar e convidaram mais ou menos setenta pessoas para um jantar de confraternização que terminou com Cembranelli e Matarazzo abraçados, e todo mundo chorando. Embora tardiamente reconheceram o erro e hoje são réus confessos, e daí para frente, apoio maciço para o prefeito. Dava-se o início a corrida contra o tempo perdido. O leite já tinha sido derramado, mesmo assim, Matarazzo ainda fez muito. Durante a campanha política, visitou todas as praias, ilhas e sertões, conhecia in loco o potencial turístico de Ubatuba que jamais poderia ficar de fora do roteiro turístico internacional. Por isso tinha a intenção de incluí-la no roteiro dos maiores pólos turísticos do mundo, considerando uma cidade com quase 100 praias, de incontáveis locais pitorescos, rios, cachoeiras e cascatas de águas cristalinas, e de uma floresta ainda intocada, com dezenas de praias ainda não habitadas. Só os sucessores não descobriam isso, optaram em atrair a pobreza, a cidade conta hoje com 80 mil bicicletas (sendo a maioria em péssimo estado de conservação). Ao invés de termos esta mesma quantidade em residências, automóveis, iates, de alto luxo, para que se de o equilíbrio natural. Não temos nenhuma praia reservada para grandes empreendimentos hoteleiros e náuticos. Tudo isso se perdeu não só pela incompetência dos sucessores, mas também por esta ditadura ecológica implantada aqui, passando como um rolo compressor em cima dos caiçaras e, gerando a estagnação e conseqüentemente atraindo miséria para a cidade. É bom sempre lembrar que tudo isso acontece com anuência da maioria dos nossos políticos, a turminha do quanto pior melhor e outros desencorajando investidores em todas as áreas, principalmente náutica e turística que é a nossa única vocação (será que ainda é?), aplicando restrições severas aos empresários aqui já instalados que queriam expandir seus negócios, e os que pretendiam vir para cá. Essa "ecologia" que não conseguiu atingir a finalidade para que foi implantada, de conservar o que o caiçara tinha preservado. Instalaram a miséria no município, exterminaram com os pescadores nativos e aceitaram esta migração desordenada que eu considero um assentamento patrocinado pelos políticos e ambientalistas de plantão, com a única finalidade de garantirem seus empregos e gerarem mais, para cumprir promessas de campanha a seus apadrinhados. Nem mesmo o turismo ecológico que é praticado em todas as cidades do Brasil e no exterior aqui é permitido. Ubatuba se tornou uma cidade contra a riqueza. Todo mundo ca-la-do! Esta é a hora daqueles que dizem amar Ubatuba impor um limite nesse sistema ambiental suicida instalado aqui. Clique aqui para acessar a listagem dos textos (já publicados) da série Construindo o passado II.
Nota do Editor: Francisco Velloso Neto, é nativo de Ubatuba. E, seus ancestrais datam desde a fundação da cidade. Publicado no Almanak da Provícia de São Paulo para o ano de 1873. Envie e-mail para thecaliforniakid61@hotmail.com.
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