Matarazzo optou pela demolição das casas da avenida Nove de Julho / rua Guarani, por entender que elas já tinham cumprido o seu papel social no passado, gerando empregos para os caiçaras, e agora, teriam de ceder lugar para a grande avenida da Orla, com duas pistas e duas faixas de rolagem cada uma, estacionamentos e área de lazer. A grande avenida da Orla, como foi definida pelo topógrafo Roberto, iniciaria em continuidade da reta da praia Grande, passando pelo Tenório, margeando o rio Acaraú em uma marginal com 25 metros de largura, respeitando uma faixa de preservação da mata ciliar com 15 metros, até a ponte do rio Acaraú, conhecido também como rio do "Canto", na praia do Itaguá. E dali, seguindo pela avenida Leovigildo Dias Vieira, rua Guarani, avenida Iperoig, ligando com dois vãos de ponte sobre o rio Grande, a avenida Dr. Felix Guisard e avenida Manoel da Nóbrega no Perequê-Açú, até o rio Indaiá, esperando apenas a passagem da futura RIO - SANTOS, para a construção do trevo de acesso à cidade pelo lado norte. A Seção de Desenho e o Setor de Planejamento e Urbanismo eram subordinados ao engenheiro chefe do Serviço de Obras, sob o comando do Eng. Amâncio Lemes Figueiredo, mas, na elaboração desse projeto, nós só recebíamos ordens do prefeito. O projeto saiu da prancheta de desenho às 19 horas, foi apresentado para os vereadores na Câmara Municipal e aprovado às 20h30 do dia 05/10/1967. Como não deu tempo para tirar cópias, foi assinada a planta original. Que após o governo Basílio, desapareceu da Prefeitura. Assinaram a planta: o Presidente da Câmara, Fiovo Frediani; os vereadores: Antonio Gomes (falecido), Mario Celso Guisard Cembranelli, Professor José Hércules Cembranelli, Cristóvão Augusto de Oliveira (falecido), Washington de Oliveira (falecido). Assinaram ainda, o prefeito Francisco Matarazzo Sobrinho "Ciccillo" (falecido); o engenheiro chefe do Setor de Planejamento e Urbanismo (SPU) Dr. Amâncio Lemes Figueiredo (falecido); o topógrafo e autor do projeto Roberto Carlos Norris Nilsen (falecido); os desenhistas e auxiliares de campo Benedito Ignácio Pereira BIP (falecido) e Francisco Velloso Neto (Nenê Velloso). Ubatuba passou a ser a primeira cidade do Brasil a ter um projeto aprovado do Sistema Viário. Clique aqui para acessar a listagem dos textos (já publicados) da série Construindo o passado II.
Nota do Editor: Francisco Velloso Neto, é nativo de Ubatuba. E, seus ancestrais datam desde a fundação da cidade. Publicado no Almanak da Provícia de São Paulo para o ano de 1873. Envie e-mail para thecaliforniakid61@hotmail.com.
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