Conversor desenvolvido por empresa carioca, quando instalado em postes de distribuição, transforma energia monofásica em trifásica e permite uso de implementos agrícolas
Um pequeno conversor de um metro e meio de altura, 90 cm de largura e 50 cm de profundidade, denominado Monotri, pode provocar um enorme impacto para quem vive na área rural. O diferencial desse equipamento inédito é que ele pode ser acoplado a um poste de distribuição e transformar a energia elétrica monofásica em trifásica. O engenheiro eletricista Rodrigo Martins Fernandes explica que a energia monofásica é suficiente para iluminação e funcionamento de equipamentos domésticos e como a demanda no campo é pequena, não compensa para as concessionárias investir em linhas de transmissão trifásicas longas. "A grande vantagem deste tipo de conversor é que ele pode ser instalado em pontos estratégicos e adaptados à demanda local. Com a energia trifásica, os produtores poderão usar implementos agrícolas. Hoje, a produção costuma ser escoada para outro lugar onde pode ser processada. Com isso, o produto perde valor", diz Fernandes. Essa solução inédita é resultado de um trabalho que começou a ser desenvolvido em 2001. A Coordenação dos Programas de Pós-graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ) recebeu uma solicitação e financiamento para as primeiras pesquisas da Ampla Energia e Serviços S.A, que distribui energia para 66 municípios fluminenses, onde vivem cerca de sete milhões de pessoas. A área abrange 73% do território do Estado do Rio. Os engenheiros Rodrigo Martins Fernandes, Gilson Santos, Fábio Domingues e Robson Dias encararam o desafio. Com o sucesso do projeto, eles decidiram fundar a Energia Elétrica e Tecnologia (Eneltec), empresa incubada na Coppe. A patente foi requerida no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) em nome da Coppe e da Ampla. A Eneltec negocia um contrato de licenciamento do conversor, o que daria à empresa também o direito de comercializar o equipamento. O conversor foi testado em laboratório com resultados positivos. O próximo passo será a instalação em uma rede para verificar como ele resiste em condições reais. O projeto também já conta com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Três empresas estão interessadas na fabricação do equipamento e, com a participação na Feira Internacional da Indústria Eletro-Eletrônica, que acontece entre 23 e 27 de abril, em São Paulo, Fernandes acredita que novas parcerias podem ser fechadas. "Essa exposição vai ser um termômetro importante para que possamos avaliar a real demanda". A Eneltec faz parte do convênio Petrobras/Sebrae, que trabalha pela inserção das micro e pequenas empresas na cadeia de petróleo, gás e energia. "Nós almejamos ser um dos fornecedores da Petrobras. Para nos preparar, buscamos a ajuda do Sebrae e já cumprimos a primeira exigência ao ter feito o Curso de Capacitação dos Fornecedores", completa Fernandes. Nota do Editor: Eneltec Energia Elétrica e Tecnologia - (0**21) 3867-6721 ou www.eneltec.com.br. Incubadora de Empresa Coppe/UFRJ - Rua 2, s/n, sala 6 - Cidade Universitária - Ilha do Fundão, Rio de Janeiro (RJ).
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