No carnaval de 1967, Matarazzo determinou que, além dos blocos de rua, dança do Boi do Veiga, e a briga dos bois no último dia, que consultassem os caiçaras sobre o que mais poderia ser acrescentado, referindo-se ao resgate da cultura. Os carnavalescos nativos Dito Rael, Caixa-D’água, Didi, Jean e outros formaram a Banda do Cipó. Construíram uma réplica de uma Romisetta, tendo como base uma bicicleta e, ainda resgataram um personagem remotíssimo do nosso folclore, o Capitão Folharéu. Esse desfile foi um sucesso e aconteceu na rua Dona Maria Alves. Minha saudosa mãe, a professora Dionísia, ficou muito emocionada, porque esse tal Capitão Folharéu, ela viu pela primeira vez quando era ainda criança, em 1910. Em abril de 1967, Fiovo Frediani substituiu o prefeito Matarazzo por 60 dias, e entrou no vácuo demonstrando competência. Solicitou ao Doutor Eli Lopes Meirelles, secretário da Segurança e Assistência ao Litoral, por intermédio do DEMA - Departamento Estadual de Assistência aos Municípios, dois caminhões e um trator, para abertura de estradas nos bairros. Foi imediatamente atendido e quinze dias depois chegaram dois caminhões Ford F-600 0km e um monstruoso trator de esteira Caterpillar, CAT-HD-11, só a lâmina tinha mais de 4 metros de largura. O tratorista chamava-se José Basílio M. Rosa, um crioulo catarinense, de estatura compatível, falando alemão e vários dialetos. A primeira estrada a ser aberta foi a do Ipiranguinha. Era mato fechado, só tinha um vestígio de trilha. Como o tratorista iniciava às 5 horas da manhã e não tinha ninguém para levá-lo, essa tarefa sobrou para mim. Fui convocado para levá-lo e acompanhá-lo em toda a abertura, no início com meu próprio carro, depois, me arranjaram um Jipe velho. Roberto Nielsen recomendou-me que a estrada fosse aberta a partir do eixo da trilha existente, com 15 metros de largura de ambos os lados e acrescentou: "- Antes que alguém ache que essa largura é um exagero, e como os sucessores de Matarazzo não vão fiscalizar essa estrada, vai acabar com 10 metros, está bom demais!" No governo Pedro Paulo Teixeira Pinto (1983-1988) acabou sendo asfaltada, em alguns trechos, com 5 metros. Fiovo não parou, deu início a reforma da capela e da escola da Picinguaba, a construção do canal de drenagem e captação das águas pluviais da rua Liberdade / Hans Staden, que já estava projetado pelo engenheiro da prefeitura Dr. Amâncio Lemes Figueiredo. O projeto de jardinagem foi do paisagista Dr. Flávio Girão de Carvalho e o desenho de Nenê Velloso. Clique aqui para acessar a listagem dos textos (já publicados) da série Construindo o passado II.
Nota do Editor: Francisco Velloso Neto, é nativo de Ubatuba. E, seus ancestrais datam desde a fundação da cidade. Publicado no Almanak da Provícia de São Paulo para o ano de 1873. Envie e-mail para thecaliforniakid61@hotmail.com.
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