A atacante do Finasa estreou nesta quinta-feira no Grand Prix da FIVB.
A atacante Mari, do Finasa, é a grande novidade da seleção brasileira de vôlei, que se prepara para a Olimpíada de Atenas com a disputa do Grand Prix da Federação Internacional da modalidade (FIVB). Ela foi convocada pela primeira vez este ano para a seleção e fez sua estréia oficial na equipe na quinta-feira, marcando 25 pontos na vitória por 3 a 1 sobre o Japão, na cidade de Jeju, na Coréia do Sul. As finais da competição serão disputadas de 27 de julho a 1º de agosto, na Itália. Com o seu jeito desligado e aparentemente frio, herdado provavelmente de seus avós alemães e russos, Marianne Steibrecher encara com naturalidade o desafio de defender a seleção brasileira e a possibilidade de disputar, aos 20 anos, a primeira Olimpíada de sua carreira. "Tudo na minha vida acontece naturalmente. Comecei no vôlei por acaso, ganhei no ano passado uma vaga de titular no Finasa e agora estou na seleção", lembra a jogadora paulista de 1,89m, que foi criada na cidade de Rolândia, no Paraná. "Tenho me dedicado bastante, procurando sempre me aprimorar e merecer a confiança das outras jogadoras e de meus técnicos." Além da eficiência no ataque, Mari tem uma outra grande virtude, que é a versatilidade. Ela tem bom desempenho na ponta, como oposta e no meio-de-rede, além de sacar forçado e tático e de ter um bom passe e bloqueio. Contra o Japão, na quinta-feira, ela atuou como oposta. Nesta sexta, contra a Coréia, foi deslocada para a ponta, como parte das observações do técnico José Roberto Guimarães. "Muda pouco jogar na ponta ou como oposto. O bom é estar dentro de quadra e ter oportunidade de atuar", diz a atleta, ainda pouco conhecida no cenário internacional. "Estou apenas começando na seleção. Fui bem nas primeiras partidas, mas sei que ainda posso melhorar muito." Juvenil da equipe de Osasco na temporada 2002/2003, Mari ganhou uma vaga no time principal durante a disputa do último Campeonato Paulista, quando cinco jogadoras foram convocadas para a seleção brasileira, que ganhou a medalha de prata da Copa do Mundo do Japão. Mari foi tão bem na conquista do pentacampeonato estadual que passou a ser cotada como possível titular da equipe, mesmo com a volta das ponteiras Bia, Paula e Érika, que estavam na seleção. A vaga de titular acabou herdada por causa de uma contusão de Bia, que fraturou o dedo mínimo direito. Bicampeã da Superliga com o Finasa, Mari foi a maior pontuadora (472 pontos) da competição e acabou eleita a revelação e a melhor atacante. Como paradoxo, a maior revelação do vôlei brasileiro dos últimos anos não gostava da modalidade. Preferia basquete e futebol. Convencida pela mãe, entrou na escolinha de vôlei da prefeitura de Rolândia com 14 anos e nunca mais deixou o esporte. Dois anos depois já era jogadora do time adulto do Grêmio Londrina. Em 2000, já estava em Osasco. O desempenho de Mari na Superliga arrancou muitos elogios dos especialistas. Fernanda Venturini, eleita a melhor levantadora e melhor jogadora da Superliga, por exemplo, elogia a atacante, que nunca chegou a disputar uma competição com a camisa da seleção nas categorias de base. Ela compara Mari à russa Chachkova Sokolova, uma das melhores atacantes de ponta do mundo.
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