Nesta eleição de 1968, aos 78 anos de idade, tivemos a volta triunfante do arquiinimigo de Seu Filhinho, o Dr. José Alberto dos Santos, com João Coutinho para Vice, formando uma dobradinha caiçara. Como slogan de campanha foi usada carinhosamente esta frase: "O Velhinho Voltou".

Em contrapartida, Seu Filhinho trazia na bagagem política quatro derrotas sucessivas e, encorajado com a quantidade de candidatos a prefeito para esse pleito: Dr. Alberto, Gio Batta Bravin, José Zabeu e Fiovo Frediani. Seu Filhinho, com o mesmo gostinho da eleição anterior de ter sido eleito vereador na chapa de Matarazzo, e convicto que agora tinha pegado no breu, se candidata novamente a prefeito, formando também uma dobradinha caiçara com Celso Teixeira Leite para vice, mas foram barrados na convenção. Enfim, Seu Filhinho mais conhecido politicamente como (Os Oliveiras), foram banidos de uma vez por todas do cenário político de Ubatuba. Esse era o desejo da grande maioria dos ubatubanos.

Em 01-02-1969, toma posse o primeiro sucessor de Matarazzo: Dr. José Alberto dos Santos, para o quatriênio 1969-1972, e com ele, foi contratado o Engº Dr. Roberto de Carvalho Rezende, que trazia ainda nos fundilhos as marcas de tinta do banco da faculdade, para ocupar o cargo de engenheiro chefe do "SO" - Serviço de Obras, e ficando ainda subordinado a ele, o Setor de Planejamento e Urbanismo - "SPU".

O Dr. Rezende foi o primeiro engenheiro pós Matarazzo, encontrou uma sessão de desenho bem aparelhada; tínhamos até um pantógrafo, que permitia a redução ou ampliação de plantas. O Plano Viário recém-aprovado, um farto arquivo com levantamento aerofotogramétrico do município, levantamento cadastral com plantas detalhadas de futuros alargamentos e interligações de ruas e avenidas, e todos os projetos por nós desenvolvidos no governo Matarazzo e, um competente topógrafo Sr. Roberto Nielsen (Nilsen) e dois desenhistas a sua inteira disposição. O topógrafo, logo sentiu que não haveria interesse na implantação do Plano Viário, pediu demissão, os desenhista ficaram de braços cruzados, porque tudo o que Ubatuba precisava já tinha sido planejado. Era só passar para o chão!

O que mais poderia querer um engenheiro recém-formado? Pegou todo o planejamento da cidade de mão beijada; era só implantá-lo. Os prolongamentos de ruas e avenidas projetadas não esbarravam em grandes desapropriações, pelo contrário, eram cadastradas no Incra, e de valor venal irrisório.

Os proprietários dessas áreas que na grande maioria eram formadas por capoeiras e pequenos pastos davam graças a Deus; alguns, até imploravam para que desviássemos o traçado para suas terras, prometendo renunciar o direito das indenizações. Dr. Rezende foi o único engenheiro que participou em quase todas, ou todas, as administrações sucessoras de Matarazzo, sempre na chefia do Departamento de Planejamento e Urbanismo.

Hoje, o nobre engenheiro e outros, foram resgatados de acordo com as diretrizes do programa de governo do prefeito Eduardo César - RESGATE UBATUBA. Eu, como desenhista, não me recordo de que o nobre engenheiro tenha esboçado um projeto sequer, para melhoria da malha viária, ou de outros setores, apesar de que não havia necessidade. Era muito mais fácil implantar o que já existia, mesmo assim, limitou-se apenas a aprovações de plantas. Mas, este erro não foi só dele, foi seguido por todos os engenheiros que permaneceram no cargo por mais de seis meses, tendo em vista que, vários não conseguiam permanecer no cargo mais que 60 dias, até sucessões relâmpagos aconteceram e ainda acontece. Dr. José Alberto dos Santos, permaneceu no cargo menos um ano (01-02-1969 / 19-11-1970).

Durante esse curto espaço de governo, o vereador Benedito Rodrigues Pereira Filho, denunciou supostas irregularidades que vinham sendo praticadas pelo presidente da Câmara, que também ocupava o cargo de superintendente da Prefeitura, o Sr. Olney Valin Rodrigues, que após a apuração das supostas irregularidades, e por imposição do regime militar, culminou com a renúncia do prefeito e, entendendo os militares que o vice João Coutinho não reunia condições para governar, obrigaram-no renunciar.

Assumindo, no dia seguinte, o cargo de prefeito, o novo presidente da câmara, o Sr. Basílio de Moraes Cavalheiro Filho (20-11-1970 / 30-06-1971). Nesse espaço de tempo foi marcada nova eleição e o denunciante se candidata a vice do candidato Celso Teixeira Leite, formando outra dobradinha caiçara, que venceram a eleição com tranqüilidade, governando de 01-07-1971 a 1972.

Clique aqui para acessar a listagem dos textos (já publicados) da série Construindo o passado II.