Doze de maio é dia do enfermeiro. Longas horas de trabalho podem afetar a qualidade de vida desses profissionais, que precisam redobrar a atenção com a própria saúde
Ao chegar ao hospital começa uma longa jornada de trabalho para os enfermeiros, cujo dia é celebrado em 12 de maio. Considerados o "braço direito" dos médicos, esses profissionais precisam, entre outras funções, dar banho, comida, remédios e carinho aos seus pacientes. Apesar de todas as alegrias que a profissão traz, os enfermeiros, assim como outros profissionais de Saúde, estão sujeitos diariamente a situações que podem abalar seus estados físicos e emocionais. Por isso, cuidar de quem cuida é essencial. A enfermeira e supervisora de contas médicas da Amil, Kátia Rabelo, lembra que o cotidiano de trabalho dessas pessoas, muitas vezes exaustivo, faz com que elas acabem esquecendo de cuidar de si próprios. "O desgaste físico e emocional dos enfermeiros é algo inevitável, pois o cotidiano de trabalho dos profissionais de saúde os leva a conviver com sentimentos e formas de extrema dor e sofrimento, que muitas vezes podem refletir na sua vida pessoal, qualidade de trabalho e saúde", ressalta. Acúmulo de atividades, depressão, estresse e falta de condições de trabalho, são os principais problemas que afligem essas pessoas. "Por isso, embora o desgaste seja muito grande, é importante não esquecer de promover a própria saúde", lembra. Por isso, muitas empresas realizam palestras, atendimento psicológico e massagens, com o intuito de amenizar a carga de trabalho. O clínico geral Luiz Henrique Hargreaves, do Hospital Brasília, dá algumas dicas para melhorar a rotina de trabalho desses profissionais. "O profissional de Saúde precisa adotar horas regulares de descanso. Aos que fazem plantão, intercalar horários de sono é fundamental", afirma Dr. Luiz Henrique. Exercícios físicos, vacinas, higiene no local de trabalho são cuidados que devem ser tomados para prevenir problemas futuros. Além disso, o profissional precisa estar preparado para lidar com diversas situações delicadas, como a morte. "Cada óbito de um paciente acompanhado se torna muito doloroso para nós profissionais de saúde. Estudamos para aprender a lidar com isso, mas temos de estar com o estado emocional fortalecido", esclarece o médico. "O trabalho do cuidador começa na harmonização do seu próprio ser, antes de se tornar um veículo de cuidado e de cura do paciente", lembra a enfermeira Kátia Rabelo. "Enfermagem não pode ser uma simples opção de trabalho. É preciso querer ser enfermeira e ter amor pelo que faz. E para isso é preciso estar preparado", conclui.
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