Uma nova onda de golpes tem feito vítimas ao redor do mundo usando a rede mundial de computadores. No último mês, uma delas mereceu destaque na imprensa mundial por se tratar de uma fraude online que atinge especificamente altos executivos dos Estados Unidos. Por meio de mensagens enviadas por e-mail, o remetente se apresenta como um assassino de aluguel, contratado para matar o destinatário, mas afirma que, mediante pagamento de valores que chegam a US$ 40 mil, deixará a suposta vítima viver.

Diferente de outras fraudes do gênero, provenientes de endereços falsos, os e-mails em questão são enviados a partir de contas válidas de correio eletrônico de serviços como Gmail, Yahoo! e Hotmail, por remetentes que possivelmente são de fora dos Estados Unidos, segundo informações veiculadas na mídia. Dentre as explicações para o caso, as mais prováveis é que tais dados pessoais estão sendo obtidos através de e-mails phishing, sites que vendem informações pessoais e/ou páginas que foram infectados por malware.

Mas essa modalidade de praga eletrônica não é a única que tem atormentado internautas ao redor do mundo. A cada novo produto e serviço relativo à Internet que é lançado, outras tantas criações surgem para atrapalhar a vida dos usuários. O tradicional Spam, enviado por e-mail, ganhou com o passar do tempo versões ainda mais arrojadas, os chamados Spit, uma espécie de telemarketing que consiste em mensagens indesejadas que chegam via sistema de telefonia baseado em Voz sobre IP (VoIP), e o Spim, enviado via aplicativos de troca de mensagens instantâneas.

No caso específico do Spit, o internauta ouve gravações com mensagens indesejadas, em grande parte das vezes oferecendo produtos ou serviços não solicitados, ao atender uma ligação em seu telefone IP. Isso é possível graças a softwares que entram na web e discam para todos os usuários de serviço VoIP. Assim como o spam, é possível evitar tais mensagens usando um bloqueador, mas, devido ao desconhecimento desta prática, poucos internautas utilizam a ferramenta de proteção. Da mesma forma acontece o Spim: usuários são bombardeados por mensagens que chegam via programas de bate-papo instantâneo, conhecidos como instant messengers.

As crescentes criações de novas fórmulas de abordagem via Internet, a exemplo do Spim e do Spit, bem como a constante renovação das modalidades de golpes online, confirmam a proximidade entre as medidas de segurança que devem ser tomadas no mundo real e no digital. É preciso verificar se todas as portas estão devidamente trancadas para evitar a entrada de invasores. Também é necessário tratar as pragas virtuais como doenças que atingem o sistema operacional, lembrando que mesmo vacinado contra boa parte desses males, sempre surgem novas ameaças à saúde do seu computador.

Para garantir a sua segurança na web, seguem algumas dicas:

· Mantenha o antivírus de seu computador sempre atualizado. Uma sugestão para que o usuário evite esquecimentos e conseqüentes ataques ao micro é manter ativada em seu programa de segurança a atualização automática.

· Desconfie de e-mails que sugerem supostas vantagens, declarações de amor e amizade em formato de cartões virtuais e remetentes desconhecidos. Em muitos casos, os e-mails enganosos contêm nomes de empresas conhecidas para garantir credibilidade ao golpe. Na dúvida, jamais clique diretamente no link indicado - prefira digitar o endereço desejado no browser -, preencha cadastros ou baixe arquivos anexados. O ideal, diante de uma oferta tentadora, é ligar para a empresa que supostamente enviou a mensagem para checar a veracidade do assunto. Vale ainda lembrar que algumas características são comuns às falsas mensagens online, como erros de grafia e indicação de links ligados a serviços de hospedagem gratuita.

· No caso de ameaças, não deixe o nervosismo atrapalhar o seu discernimento. É preciso verificar se a mensagem é endereçada à sua conta de e-mail e se há menções diretas ao seu nome ou a características pessoais e/ou de sua família no conteúdo do texto. Havendo quaisquer indícios de que se trata de uma mensagem de teor verdadeiro, o melhor é sempre acionar a polícia, que terá a possibilidade de identificar possíveis suspeitos a partir do protocolo IP e investigar o caso.

· Tenha em sua máquina um firewall e um antispyware instalados. Ambas as ferramentas funcionam como complementos do antivírus. O firewall pessoal monitora todos os dados que entram e saem do sistema, o que evita que vírus se multipliquem através da rede. Já o antispyware evita que programas espiões sejam instalados no seu computador e, conseqüentemente que criminosos virtuais consigam invadir e controlar o seu sistema. Os dois programas são altamente indicados como forma de proteção contra a ação dos crackers e, por isso, já estão incluídos nas versões atuais dos principais antivírus. Verifique se o programa instalado na sua máquina possui tais ferramentas. Caso não as tenha, faça as devidas atualizações.

· Fique atento às atualizações de segurança do sistema operacional. Muitas vezes o fabricante detecta uma vulnerabilidade a novos tipos de vírus online e logo disponibiliza para download em seu site oficial uma correção do software. Por isso, é importante acessar periodicamente os sites desses fabricantes para checar se há possíveis atualizações a serem feitas.

· Cuidado ao fazer download de arquivos na internet. Os golpistas virtuais também pegaram carona na onda do peer-to-peer (troca de arquivos via web, principalmente músicas e filmes). Ao utilizar programas como o Kazaa e eMule, o seu computador fica vulnerável a diversos tipos de vírus, por isso antes de abrir esses arquivos, examine-os com antivírus. Procure também evitar páginas desconhecidas para baixar os conteúdos desejados e prefira os sites ligados a grandes empresas e portais de Internet.

· Desabilite a auto-execução de arquivos anexados às mensagens em seu cliente de e-mails. Muitas vezes, apesar de toda a cautela, pequenos detalhes como este são esquecidos e acabam gerando grandes dores de cabeça ao usuário.

· Nunca realize acessos que dependam do fornecimento de dados pessoais e senhas em computadores de terceiros ou em locais públicos. Principalmente na necessidade de fazer transações bancárias, as pessoas esquecem que não são as únicas a utilizar determinada máquina e que não estão sozinhas naquele ambiente.

· Evite acessar sites desconhecidos. Alguns deles podem conter programas espiões (spywares), capazes de roubar todos os tipos de dados contidos no computador, inclusive senhas e números de cartão de crédito. Além dos já mencionados sites que oferecem download de arquivos, as páginas que disponibilizam conteúdo pornográfico também podem oferecer risco ao sistema.

Nota do Editor: Marcelo Tsuguio Okano é coordenador dos cursos superiores em Tecnologia de Banco de Dados e Tecnologia em Redes de Computadores da Faculdade Módulo e professor de pós-graduação do curso de Gestão de Redes da FIAP - Faculdade de Informática e Administração Paulista. Graduado em matemática com especialização em Engenharia de Software e Mestre em Administração, possui várias certificações técnicas como LPI, Conectiva Instructor, IBM-AIX, etc. Trabalhou em várias empresas, como IBM, Credicard e IVIX.