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COLUNISTA
Nenê Velloso
23/05/2007 - 06h13
Construindo o passado II - 45
 
 

Empresários da construção civil foram buscar no norte de Minas Gerais, por ser considerada uma região pobre, com predominância da cidade de Ladainha, e conseqüentemente mão-de-obra barata naquela época (equivalente a 50% da mão-de-obra caiçara). Esse pessoal trazido para cá, a maioria eram portadores de vários agravantes: trabalhadores de roça, sem documentos pessoais, muitos ainda não tinham registros de nascimento, graves problemas de saúde, analfabetos e semi-analfabetos, alguns para fugir de delitos cometidos lá.
 
Hoje virou moda! Nascer em Minas ou outros, e se registrar aqui, se transformando em cidadãos ubatubanos, para se beneficiarem de benefícios sociais sem precisarem dar muitas explicações. Nos meus 25 anos fazendo parte do corpo do júri de Ubatuba, do qual pedi a minha exclusão em 6 de junho de 1997, não me recordo de nenhum caiçara sentado no banco dos réus.

Durante a construção dos prédios, esses peões moravam nos alojamentos do canteiro de obras e, no intervalo entre o término da construção e o início da outra, ficavam naquela ociosidade forçada, sem dinheiro para retornar a sua terra natal, ou mesmo para se manterem em quartinhos de moquiço. Então, ficavam perambulando pelas ruas centrais e bairros da cidade, e alguns, praticando pequenos furtos, e a cada dia, a situação ficava mais agravante.

E, por não terem lugar para morar e nem dinheiro para voltar, acuados, os mais corajosos começaram a invadir áreas públicas, e de preservação ambiental “Parque Estadual da Serra do Mar”. Os políticos que já não conseguiam mais se elegerem ou reeleger-se com os votos dos caiçaras descobriram nesses “migrantes”, um novo filão.

Começou então entre os políticos, a disputa pelo apadrinhamento desse pessoal que na maioria já tinham se transformado em invasores de áreas públicas. Mas, por essa, os padrinhos não esperavam dos seus afilhados, após conseguirem cidadania, o mais esperto deles, apesar de semi-analfabeto, se candidata a vereador, e se elege na primeira tentativa, encorajando ainda mais, as invasões que já era desenfreada, e com anuência dos políticos, sendo alguns, caiçaras da gema e do centro.

Daí surgiram as primeiras favelas, que somam hoje mais de 30 núcleos, sem contar as ocupações isoladas nas margens dos rios e de áreas de risco que são mais de 12. E até há poucos metros dos mananciais, como foi denunciado pelo Eng. Pedro Tuzino, através da rádio Costa Azul, quando estava à frente da gerência da Sabesp.

Um desses migrantes chegou a ocupar posto mais alto: a Presidência da Mesa da Câmara Municipal. Tinham descoberto o caminho das pedras! Eles agora são independentes, não precisam dos votos caiçaras. Aliás, nunca precisaram.

Tudo isso aconteceu aos olhares pacíficos das autoridades ambientais e Ong’s que se diziam defensoras e amavam Ubatuba, principalmente nossos políticos, que mesmo diante da situação das pessoas, não poderiam ter deixado construir em áreas de preservação e muito menos em locais de risco.

A migração desordenada não parou, e continuaram vindo, e agora ficando nas casas dos parentes e amigos aqui já radicados, formando superlotação em pequenos barracos. Sendo muitos deles, já reconstruídos e ampliados em alvenaria. Agora, vivem na espera da proteção do manto sagrado dos nossos políticos, que para se manterem no poder, fazem qualquer negócio. É o que temos assistido.

Para a cidade foi uma sentença de morte, e só alegria para alguns políticos e profissionais da área. Outro dia, eu ouvi um vereador declarar na rádio Costa Azul, que se dizia preocupado entre outras, com a situação desses “migrantes” que foram adotados por Ubatuba.

Adotado uma pinóia! Foram adotados por vocês, políticos! E enfiados goela abaixo dos caiçaras, empresários, e dos migrantes de fato, que estão pagando esta conta social que não é nossa, embutida nessa exorbitância de IPTU e TAXAS. (Se o contribuinte precisar de um xerox de um processo já arquivado, vai ter que pagar - Taxa de protocolo de R$ 15,31 + 4,63 por cada xérox.)

E, ainda arrebentaram com o nosso já combalido sistema de saúde e educação, sem falar da malha viária. Até o sistema bancário foi estraçalhado. E a nossa Estância Balneária, que era a coqueluche dos turistas, foi transformada em uma cidade operária, sem ter indústrias.

Clique aqui para acessar a listagem dos textos (já publicados) da série Construindo o passado II.


Nota do Editor: Francisco Velloso Neto, é nativo de Ubatuba. E, seus ancestrais datam desde a fundação da cidade. Publicado no Almanak da Provícia de São Paulo para o ano de 1873. Envie e-mail para thecaliforniakid61@hotmail.com.
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