Dia dos Namorados
Na hora de presentear, a paixão faz esquecer todas as recomendações lógicas de economia e de pechincha. Qual presente comprar? A paixão responde: o maior, o mais caro, o mais exclusivo e outros com adjetivos superlativos. Mas quando a razão volta a participar da decisão, conclui-se que a melhor atitude é presentear utilizando bom gosto e criatividade, dentro das reais possibilidades financeiras. Nada de financiamento e utilização de limites do cartão de crédito e do cheque especial. Independentemente dos gostos pessoais e do valor a ser gasto em presentes no Dia dos Namorados, o casal deve ter consciência de que é necessário poupar parte de sua renda para futuros gastos em conjunto. Se individualmente cada um já tinha o hábito de economizar e investir, a tarefa de unir esforços na busca de um objetivo único é facilitada. Caso contrário, a primeira etapa a vencer é iniciar a prática de guardar mensalmente pelo menos de 10% a 15% das receitas do casal e destiná-las a algum tipo de investimento. Se a data da união estiver próxima, a dica é evitar aplicações em ações, consideradas de alto risco. Prefira fundos de renda fixa ou fundos multimercados. Porém, se existir um horizonte acima de dois anos, invista até 30% das aplicações em ações, para atingir mais rapidamente o montante desejado - isso se o cenário atual da economia brasileira permanecer nos mesmos patamares. Outro erro comum a muitos enamorados quando começam a pensar em montar uma vida juntos é acreditar que o melhor é aproveitar o dinheiro que sobra para comprar eletrodomésticos e utensílios para a casa. Se a data do casamento ou da mudança de endereço estiver distante, esta pode ser uma estratégia ainda mais arriscada, principalmente levando-se em conta a perda do prazo de garantia do produto. É mais vantajoso destinar as economias para aplicações financeiras até atingir um valor expressivo que permita pechinchar em diversas lojas a aquisição de todos os itens que serão necessários para montar uma residência. Essa compra de grande valor permite aos gerentes das lojas oferecerem um desconto de até 20%, o que torna o pagamento à vista muito mais vantajoso do que um financiamento. Para avaliar qual é a maneira mais adequada de lidar com o dinheiro conforme o estágio do relacionamento, seguem algumas informações: Namoro entre adolescentes: na maioria dos casos eles ainda não trabalham e dependem da mesada dos pais. É necessário que nessa etapa da vida já seja despertado o interesse pela economia nos gastos e a curiosidade pelos tipos de investimentos existentes. É aconselhável que os pais abram uma previdência privada depositando de R$ 50 a R$ 100 mensais. E, para retribuir essa ajuda, os adolescentes devem buscar alternativas de diversão gratuitas ou de baixo custo. Namoro entre jovens sem pretensões de casar/morar junto a curto prazo: geralmente a primeira grande aquisição é a compra de um carro ou uma moto. Com a grande oferta existente de veículos semi-novos já equipados com som e acessórios, esse tipo de carro torna-se a melhor opção. É preferível optar por carros com baixa quilometragem e poucos anos de uso, e o valor dessa aquisição pode corresponder à metade de um carro novo. Esse valor deve ser financiado com prestações de baixo valor e em curto prazo de tempo. Casal com pretensões de casar/morar junto nos próximos meses/ano: no horizonte inferior de um ano a principal maneira de acumular recursos é enxugar ao máximo os gastos de lazer e supérfluos. O objetivo é pesquisar exaustivamente os preços e conseguir efetuar as compras à vista para obter descontos de 10 a 25%. Nas compras que forem financiadas, a dica é buscar as menores taxas de juros possíveis. Casal que pretende casar/morar junto daqui a dois anos ou mais: o casal deve unir forças para economizar e investir em aplicações financeiras. Esse prazo de dois anos ou mais permite arriscar uma parte do valor (no máximo 30%) em aplicações que envolvam ações. Se o casal pretende viajar para o exterior é interessante também mensalmente já ir comprando dólares ou euros até atingir o valor da passagem aérea mais o pacote turístico. Nota do Editor: Marcos Crivelaro é professor PhD da FIAP - Faculdade de Informática e Administração Paulista e da Faculdade Módulo, especialista em matemática financeira e consultor em finanças.
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