O painel temático "Como implementar políticas de integridade contra a corrupção", realizado na Conferência 2007 (realizada entre os dias 12 e 15 de junho de 2007, no Hotel Transamérica, na Zona Sul da capital paulista) do Instituto Ethos, levou todos os debatedores a um consenso em torno das perdas que o fenômeno provoca não apenas para a sociedade, mas também para as próprias empresas. De acordo com os dados apresentados por José Tadeu de Moraes, vice-presidente do Conselho de Cidadania Empresarial da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), pelo menos US$ 3 trilhões por ano são desperdiçados, no mundo, por causa da corrupção. No Brasil, segundo Moraes, a grande maioria dos casos identificados de corrupção se dá em torno de verbas sociais ou de infra-estrutura e, pior, acontece em pelo menos 70% dos municípios brasileiros. Os dados são da Controladoria Geral da União. No caso das empresas, cerca de 25% delas alegam ter um custo entre 5% e 10% de seu faturamento com o pagamento de propinas. Aproximadamente 70% gastam até 3% com essa prática. De acordo com Valerie Weinszieri, diretora associada do Partnering Against Corruption Iniciative (Paci), iniciativa surgida no ano passado dentro do Fórum Econômico Mundial, pelo menos 25% de toda a ajuda enviada às vitimas do tsunami de 2004, na costa asiática, foi embora pelo ralo da corrupção. As perdas totais em todo o planeta, segundo ela, chegam a 5% do PIB mundial. As vantagens desse tipo de programa para as empresas, de acordo com Valerie Weinszieri, do Paci, são muitas. Além de reduzir os riscos de perdas - "já que ninguém tem certeza de que o suborno trará vantagens" -, eliminar a corrupção evita problemas legais, aumenta a reputação da empresa e traz claros resultados positivos na área financeira.
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