O nosso ninho de amor está vazio.
A rosa dos meus sonhos jaz sem pétalas...
A brisa chora a hora dos fantasmas
em meus olhos de areia e de praia...
O Tempo, em sua fome cronológica,
saboreia o prato gordo dos dias
em enormes garfadas de segundos.
Depois, arrota, ruidosamente, o ontem
sonhando devorar o amanhã.
A saudade brota fontes em meus olhos
e emana a tristeza de ontem
cristalizada em pérolas enormes
que o Tempo dissolve em xerez...
De nossa imensa esperança louca
resta aquela palmeira esguia
a balançar, solitária, ao vento.
O Tempo tudo devora, a vida é fria...
Meus olhos secos já não vêem o futuro,
pois nosso ninho de amor está vazio...