Okdok Paulista dá chances para surfistas veteranos mostrarem seus talentos. 2ª etapa será realizada sábado e domingo no Quebra-Mar, em Santos.
| Sérgio Luiz JC |  | | | A família Salazar. Da esquerda para a direita: Picuruta, com o filho, Leco e o irmão, Almir. |
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Surfistas que fazem parte da história do surf brasileiro estão entre as grandes atrações do Circuito Okdok Paulista de Surf, que terá a 2ª etapa nestes sábado e domingo (dias 31 e 1º) no Quebra-Mar, em Santos. Nomes conhecidos como os irmãos Neno, Paulo e Amaro Matos, Almir e Picuruta Salazar, Luiz Neguinho, Ricardo Toledo estão entre as feras da categoria master, para surfistas com mais de 35 anos de idade. "Ainda estamos em plena forma. Não como antes, claro, mas continuamos competindo e muito bem", ressalta Almir Salazar, o mais velho do evento, aos 46 anos, e líder da categoria. Outro destaque entre os veteranos é o santista Orlando Carriça. Contemporâneo dos irmãos Salazar e Matos, ele não seguiu a carreira profissional, como os demais, optando pela Faculdade de Engenharia Civil, mas nunca deixou de surfar e mesmo competir. "Surfo todos os dias. Deu onda, dou um jeito. Como moro bem em frente à praia, vou para o mar logo cedo, antes do trabalho, ou na hora do almoço. Nos finais de semana, surfo o tempo todo e nas minhas férias sempre vou para um lugar com ondas perfeitas", diz Carriça, que trabalha na Falcão Bauer, empresa especializada em controle de qualidade. "O surf é relaxante e ao mesmo tempo, nos faz sempre estar em forma", comenta. Aos 42 anos de idade e surfando desde 1974, Carriça tinha tudo para fazer história. Foi campeão brasileiro amador em 84 e paulista universitário em 83. "Também sou o único tetracampeão paulista master. Quase todos esquecem isso", destaca o atleta, que logo depois do Okdok embarca para as tubulares ondas de Puerto Escondido, no México. "Vou pela 2ª vez. Já fui para vários lugares como Tahiti, Indonésia, Havaí, África do Sul, Costa Rica, Peru. Só falta mesmo Europa, mas isso só quando estiver velhinho", brinca. "Ano passado fiquei 22 dias surfando em Teahupoo, no Tahiti. Foi uma experiência que me ajudou a ter um resultado expressivo na etapa de abertura. Com o mar daquele jeito, o treino nas ondas pesadas ajudou muito", ressalta o surfista, lembrando da disputa inicial do Okdok, na praia de Maresias, em São Sebastião, quando o mar teve ondas com mais de 3 metros e ele chegou à final, ficando em 3º lugar. EXPECTATIVA E SATISFAÇÃO - Sobre a sua participação no Okdok, Carriça revela um misto de expectativa com satisfação, principalmente por estar disputando contra atletas mais jovens. "Quero repetir um bom resultado. Toda a etapa é um desafio, com essa nova geração de masters chegando. Tem atletas muito bons, com 35 anos, como o Ricardinho Toledo. É uma diferença. Eles têm mais vitalidade, mas nossa vantagem é a experiência na água. Por enquanto, os mais experientes estão levando a melhor", argumenta. Para ele, surfar "em casa" será um momento muito bom. "O Quebra-Mar é especialíssimo. É muito confortável competir em frente de casa. Vamos esperar a ondulação, porque o local é show quando tem ondas boas, com toda a participação do público", afirma o competidor, que esta semana vem acordando ainda mais cedo para estar totalmente preparado para a disputa de sábado e domingo. No ranking, o também santista Almir Salazar é o líder. Tekinho do Tombo, de Guarujá, está na 2ª colocação, com Carriça na seqüência. O 4º colocado é Willian Diegues, de Praia Grande, que também teve uma atuação muito boa em Maresias, surfando num mar gigante com uma prancha pequena. O santista radicado em São Sebastião, Marco Aurélio, e o guarujaense Neno Matos estão em 5º lugar, com o vicentino Flávio Vieira e o ubatubense Ricardo Toledo, em 7º. Na 9ª colocação aparecem Mauro Santos, de Praia Grande; Paulo Matos, de Guarujá; Edson Vieira e Luiz Neguinho, ambos de Santos. Destes, merecem atenção, o líder Almir Salazar, tetracampeão paulista profissional, ainda na década de 80; Ricardinho Toledo, bicampeão brasileiro profissional em 91 e 95 (disputou três categorias, sendo o vencedor da open); Paulo Matos, primeiro campeão nacional pela Abrasp, em 87; e seu irmão mais velho, Neno, que já faturou dois títulos brasileiros outros dois paulistas entre os masters. Também estarão em disputa as categorias open (aberta), feminina e longboard (pranchões), além da classificação por cidades, que motiva atletas e público, na briga para ver qual equipe será a mais forte do Estado. Os melhores da etapa ganham cadernetas de poupança. No total, são R$ 4.500,00 por disputa. Há, ainda, pranchas, kits, troféus e medalhas. Mais informações no site da Federação Paulista de Surf, responsável pela realização do evento: www.fpsurf.com.br ou pelo telefone (0**13) 3273-4319. O Circuito Paulista de Surf Amador Okdok tem o patrocínio de Brisbane - Têxtil Santa Inês e Sticle Malhas. Co-patrocínio: Sthill, Hot Water, Tent Beach, Quiver, KYW, Styllos, SP Surf e Rip Wave. Colaboração: Prefeituras de Santos e de Guarujá.
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