O presidenciável
tem sorriso de lobo
mas quer vender suavidade.
Na tela, a sinceridade resvala
no esquema rígido de marketing.
Candidato tem que ter
bom brilho.
Entre as mil e uma futilidades
que alardeia pensa ser a esperança
o melhor de seu baú.
Dá, Felicidade? Assim, não.
Ele tem a solução
e dissimula a ferocidade
que a perspectiva de poder lhe incute,
o presidenciável.
Diz na tela que será útil
sem ser fútil
E relata feitos, nega acusações,
canoniza-se
o cão
ainda sem a presa entre os dentes.
O presidenciável é
Generoso sem esbanjar
Decidido sem autoritarismo
Forte sem negociações espúrias.
Cheira a povo e vai salvar
a pátria-mãe solteira.
Na tela
ele só não revela
que tem seriíssimos
problemas de memória.