Depois de três anos de pesquisa mais uma tecnologia desenvolvida pela Embrapa Instrumentação Agropecuária (São Carlos-SP) - unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Mapa) -, em parceria com a Unicamp, teve sua tecnologia transferida dia 08/8, em São Paulo, para a iniciativa privada. O novo produto é uma cesta apropriada para a colheita de figo, que foi desenhada com a ajuda da tomografia de ressonância magnética para proteger os frutos durante a colheita e transporte. De acordo com a empresa que fabricará a cesta, o produto estará no mercado no prazo de 30 dias, após a assinatura do contrato de transferência. O figo é uma fruta bastante sensível e exige muito cuidado em todas as fases da colheita. Sua fragilidade chega a levar a perdas de até 15% da colheita ao transporte. Para minimizar os impactos negativos, garantir a qualidade e segurança em todo o processo, é que a cesta foi desenvolvida para a acomodação dos figos, onde cada fruto é colocado em células individuais e anatômicas. Cada cesta comporta até 40 figos. Elas são de plástico, mais higiênicas e ergonômicas, além de terem sido desenvolvidas com material totalmente lavável, evitando a contaminação por microorganismos indesejáveis. Os produtores de figo usam até o momento caixas de PVC ou cestas de bambu que amassam e mancham os frutos. Com a nova cesta os frutos serão melhor acondicionados, evitando o que ocorre com os modelos anteriores, nos quais eles ficam uns sobre os outros e manchados pelo látex que escorre de pedúnculo recém-destacado, formando um depósito propício à contaminação. Na nova cesta, o pedúnculo fica para baixo, sem causar danos mecânicos e manchas. O figo está entre as vinte principais frutas exportadas pelo Brasil, ocupando a terceira posição no ranking de comercialização entre as frutas de clima temperado, com 0,9 mil toneladas e uma receita de US$ 2,109 milhões em 2004. Fica atrás apenas da maçã, com embarques de 153,0 mil toneladas, e da uva, com 28,8 mil toneladas. A transferência de tecnologias desenvolvidas pela Embrapa, segundo o chefe-geral da Embrapa Instrumentação, Álvaro Macedo, permite que os produtos, processos, inovações e tecnologias cheguem à sociedade. Em muitas situações, isso é feito por meio de parceria. A Embrapa desenvolve a pesquisa, realiza os testes e ajustes necessários e, nos casos em que a empresa já é parceira no desenvolvimento, tem preferência no repasse da tecnologia para fabricação e comercialização. A Embrapa Instrumentação Agropecuária já repassou 15 tecnologias desde a sua fundação em 1984.
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