Ubatuba faz parte de um seleto grupo de municípios partícipes da história deste imenso País. Nas terras de Coaquira saiu o primeiro Tratado de Paz das Américas, sem contar a Confederação dos Tamoios comandada por Cunhambebe. Nestes séculos de existência e conflitos, "nossa terra", rica em belezas naturais, agregou história, construiu cultura, produziu artesanato, folclore e gastronomia própria. Nesta construção tivemos os "visitantes" Hans Staden, Anchieta e Nóbrega e os locais Thomaz Galhardo, Gastão Madeira entre outros. Com a preocupação de valorizar esse rico patrimônio histórico e cultural elaborei, em 2003, o projeto de lei (Lei nº 2446/03) que instituiu o Livro do Tombo em Ubatuba, isto é, um inventário de nossos bens materiais e imateriais, realizados em parcerias com órgãos federais, estaduais e municipais, podendo haver o apoio direto da iniciativa privada. Por ser uma cidade com características turísticas, percebi que não só as paisagens deveriam fazer parte de nosso patrimônio, mas também as formas de expressão, os modos de criar, fazer e viver, as criações artísticas, as obras, objetos, os documentos. Somos um dos poucos municípios que possuem ossadas de baleias enterradas, sua exposição certamente será um grande atrativo turístico, aliás mais um. Como o reconhecimento não estava sendo respeitado, com a Lei, proporcionei um dos instrumentos que pode ser utilizado para acautelar e proteger os bens representativos de nosso município, que são marcas de diferentes épocas de nossa história e que dizem respeito a nossa identidade. Vejo pequenos municípios investirem maciçamente em turismo, pois a catalogação de seus bens ligados ao patrimônio histórico e cultural trouxe novos dividendos e investimentos para o setor, tornaram-se pequenas potências, gerando emprego e renda à comunidade. Se unirmos as boas idéias a ações concretas e planejadas, Ubatuba tornar-se-á o tão sonhado Paraíso.
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