A independência do Brasil, cuja data oficial é 7 de setembro de 1822, constitui tema de profundas controvérsias. "A hipótese mais expressiva é a da independência estar no futuro e não no passado." (Carlos Guilherme Mota) Nessa data, houve a independência política. D. Pedro I rompe os laços de dependência com a nossa metrópole; não éramos mais colônia de Portugal. Tínhamos agora o nosso próprio governo, nosso hino, nosso território definido. Mas o que mudou na vida da população brasileira? Qual foi o papel transformador dessa decisão política? Basicamente não se alteraram a economia e a sociedade. Continuamos a ter a mão-de-obra escrava, um rei absolutista e uma economia voltada para o mercado externo. Os grandes proprietários de terra continuaram dominando a cena política e a econômica. O conceito de independência, o estado de quem ou do que tem liberdade ou autonomia, não ocorre por um grito ou uma determinação de um rei; ele vai sendo construído durante a nossa história, nas conquistas de liberdade e autonomia. Muitas lutas teriam que ser travadas para que direitos básicos como o fim da mão de obra escrava, a conquista do regime republicano, o direito ao voto, a liberdade de expressão fossem sendo costurados nessa história de um país jovem, mas com uma grande vocação de preservar a sua identidade cultural. Como define bem Carlos Guilherme Mota, a independência está no futuro, na conquista de avanços sociais, na construção de uma sociedade mais ética e plural. Uma nação independente é aquela que tem um alto índice de escolaridade e um grande orgulho de seu país. Nesse ponto, a escola é fundamental, fazendo com que seu aluno não esqueça o seu passado, aprenda a valorizá-lo, possibilitando que esse passado dialogue permanentemente com o seu presente, contribuindo para melhorá-lo. Nota do Editor: Izis Maria Bernardi é professora de História, do Colégio Módulo. É graduada em História pela Unicamp, com especialização na área de Pedagogia.
|