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Educação
09/09/2007 - 18h12
Educação, responsabilidade de todos
Wilson Roberto Giustino
 

O Brasil investe em educação muito menos do que deveria. Tal afirmação refere-se ao Estado, claro, mas também à população, como se pode concluir a partir da recém-divulgada Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002-2003 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que crava um dado preocupante: em média, apenas 3,3% dos gastos familiares do brasileiro são aplicados em educação, ante 7,2% de impostos e contribuições trabalhistas.

Se conseguiu reduzir drasticamente o índice de analfabetismo – e tal evolução ocorre desde os anos 80 –, o país ainda patina quando se trata de formar profissionais prontos para o mercado de trabalho. O que se observa claramente é uma educação deficitária exatamente no estágio em que se espera que os jovens sejam encaminhados para a vida profissional.

Analisemos, por exemplo, o cenário educacional apresentado no terceiro relatório brasileiro sobre os Objetivos do Milênio, uma série de metas traçadas pela ONU (Organização das Nações Unidas) e assinada por 191 países em 2000. Embora tenha avançado consideravelmente nos índices sociais, o Brasil ainda falha quando se trata de levar educação às camadas mais pobres.

Por mais que desenvolva políticas públicas para aprimorar a educação, o Estado ainda se revela incapaz de manter os jovens na escola a tempo de garantir ao menos a formação mínima para o mercado de trabalho. A melhoria acentuada na freqüência escolar no Ensino Fundamental – em especial devido à necessidade de contrapartida de programas sociais como o Bolsa Família –, praticamente desaparece na faixa etária correspondente ao Ensino Médio.

De acordo com o relatório, é este o quadro entre as crianças de 7 a 14 anos: freqüentam a escola 96,5% das mais ricas e 91,4% das mais pobres. A diferença, mínima neste caso, dá espaço a um cenário desolador quando se observa a camada seguinte, dos 15 aos 17 anos: estudar é rotina para 71,9% dos ricos contra apenas 22,4% dos mais pobres. E a diferença é ainda mais gritante no Ensino Superior.

Se muitas são as explicações possíveis para esta disparidade, os reflexos para o mercado de trabalho são também evidentes. A falta de qualificação acaba por gerar um quadro antagônico: desempregados convivem com vagas não-preenchidas por absoluta falta de especialização. No momento em que tudo aponta para um sólido crescimento econômico do país, resta uma única alternativa: governo, iniciativa privada e a população precisam investir mais em educação.

Uma solução possível para melhorar o acesso ao mercado de trabalho é multiplicar a disponibilidade de cursos profissionalizantes, um eficiente atalho para um bom emprego. Além do custo acessível, é o tipo de educação que permite um aprendizado focado em determinadas habilidades e competências. É o tal conhecimento aplicável, essencial também para a formação de um bom cidadão. Muitas vezes, um bom curso profissionalizante permite gerar renda suficiente para ter acesso a uma faculdade.

Acontece que tal investimento deve ser compartilhado. Eis a chave da questão: esperar que o governo consiga resolver os problemas relacionados à educação é contribuir para a manutenção deste cenário desolador. A educação deve ser responsabilidade de todos, e não apenas do poder público. A iniciativa privada deve se preocupar um pouco mais com a educação, assim como o cidadão comum. Cada um tem de fazer a sua parte.


Nota do Editor: Wilson Roberto Giustino é presidente do CEBRAC - Centro Brasileiro de Cursos (www.cebrac.com.br).

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