O artigo "Pregadores ou predadores?" de autoria do Sr. Júnior Bahia, Músico e Mestre, publicado nas revistas virtuais e no jornal "A Semana", de 06-09-07, pg 02, é digno de cumprimentos e parabéns, assim como de uma reflexão profunda pelas forças políticas da cidade. Cumprimentos, por revelar realidade que, assola Ubatuba, deteriora sua cultura, tradições, folclore e desvia instituições democráticas (conselhos, ONGs, fundações etc.) de suas finalidades, em prejuízo do povo, da cidadania e dos interesses gerais da comunidade. Todo isso com o apoio inconstitucional do Poder Público. Os governantes de Ubatuba, faz, já algum tempo, ignoram o dispositivo constitucional: “É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;” - (CF ART. 19) O dispositivo constitucional está claro. O Poder Público não pode: · "subvencionar cultos ou igrejas" · "manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança" É a Constituição que determina. Terá validade vencida, em Ubatuba? Dias passados tive contatos ocasionais com uma turista estrangeira que passou alguns dias em Ubatuba, no último mês de julho. Registrou quatro pontos específicos: 1- Beleza da paisagem, das matas, cachoeiras, praias e enseadas e a destruição gradativa que, algumas, estavam sofrendo. 2- O abandono, a sujeira e os animais soltos, em ruas e praças, assim como o aspecto ruim e caótico de casas e prédios. 3- A impressão de pobreza transmitida pela população, 4- O fato de ter uma igreja evangélica em cada rua. Ao último item lhe disse que, no bairro que moro, já contei quinze. Disse: "Isso atrasa qualquer cidade". Parabéns ao Sr. Júnior Bahia por ter aberto o debate a um ano das eleições municipais. Igreja não é instituição para fazer política partidária e pedir votos para candidatos que prometem benesses para pastores e irmãos. Essas atitudes estão em contradição com o Evangelho e ferem a tradição laica do Estado Brasileiro. As verdadeiras igrejas evangélicas, aquelas que possuem princípios, dogmas, história e escala hierárquica, não costumam praticar esses erros. Essas enganações, ao povo crédulo, são próprias de centros caça-níqueis e de descarrego, com fachada de igrejas, para explorar o povo sofredor e traumatizado com as angústias da vida, as carências de educação, saúde e ausência dos serviços que o Estado (Prefeitura) deveria prestar e não presta. Nota do Editor: Corsino Aliste Mezquita, ex-secretário de Educação de Ubatuba.
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